segunda-feira, 30 de abril de 2012

A Letra - Colorida e Bela

Colorida e Bela
(Jair de Oliveira)

Sonha demais e não vive
Pensa demais e não fala
Guarda demais e não cabe
Sofre demais e não grita

Ama demais e não dorme
Chora demais e não muda
Acha demais e não sabe
Muda demais e não gosta

Sorri de menos e assusta
Tão injusta
Precisa abrir a janela
A vida é colorida e bela

Anda demais e não para
Corre demais e não chega
Sente demais e não ama
Gosta demais e não deixa

Doa demais e não pede
Luta demais e não ganha
Troca demais e não serve
Dorme demais e não sonha

Sorri de menos e assusta
Tão injusta
Precisa abrir a janela
A vida é colorida e bela

Jair Oliveira e Pedro Camargo Mariano

Pedro Camargo Mariano

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Desamor

é preciso deixar o coração em brasas
a acalmar a paixão que nos incendeia
e no limiar dos acontecimentos
fluir amor
no fraternal dos nossos sentimentos
e na docilidade do abraço
acariciarmos o nosso peito cansado

é preciso deixar correr a vida
a brincar entre os jardins que deixamos de apreciar
e nos encantos de cada amanhecer
suspirar o novo
no pulsar das nossas emoções
e no desejo inquieto da felicidade
renascermos para o belo

é preciso deixar, simplesmente deixar
e por mais que nos custe o desapego
seguir em frente
sem nunca esquecermos
que tudo aquilo que nos comove hoje
fora um dia criado por nós
e que mais do que vítimas do nosso passado
somos protagonistas do nosso destino

sábado, 7 de abril de 2012

Término

Virgulas, virgulas, virgulas, e muitas virgulas... Nada de exclamações, e muito poucas interrogações. É ponto final!!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Amor e suas Razões


Sempre me transbordo na imensidão da tua luz, e míope de sentimentos, deixo escorrer pelas minhas mãos suadas o sangue que derrama meu coração doente. Ainda que cicatrize, será doente, pois não pulsa e não produz novidades, nada o encanta. Lembro-me de ti, mas das lembranças não se constrói o novo, somente do esquecimento. Mas como esquecer-te se teu cheiro me habita? Ausente, estás sempre presente em meus pensamentos, e trêmulo, me deixo invadir a todo segundo ao gozo, a remeter-me a tua geografia.

Derramo de mim toda a docilidade, ao depositar na escuridão das noites vazias a tua ausência. Fostes algo bom e ruim, cujo bom pouco me desperta, não me estimula e pouco gracioso é, é falso brilhante! Já o teu ruim esse me move, me surpreende e me instiga.  É ele que me impulsiona a querer-te, a adorar-te, por pior que o seja. Sofrer a gosto, não; maltratar-me, não; odiar-me, também não. É um outro olhar, um querer bem diferente de capricho, um querer muito, um acontecimento, um amor apaixonado.

Quem ama ou amou entende, sabe muito bem que quando as coisas acontecem em nossas vidas, não suportá-las seria loucura. Também sabe bem quem acontece em nossas vidas, e desprezá-las, também seria loucura. Fernando Pessoa escreveu: “Quando te vi amei-te já muito antes. Tornei a encontrar-te quando te achei.” É quando gente toca a gente, a nossa alma, e antes mesmo de tudo, já sabemos o que irá acontecer, pois já estava escrito.

Todos gostamos de amor, e com ele carregamos a dor. Quanto  mais afetuoso e acolhedor o amor, melhor; já a dor, se menos doída, também. Somos repetições de tudo aquilo que vemos, ouvimos, percebemos e sentimos. Somos reações e produtos de nós mesmos, de imagens, de coisas boas e ruins. Somos predestinados, e o nosso sofrimento eclode sempre que duvidamos, ou não aceitamos aquilo que nos é destino.