terça-feira, 24 de maio de 2011

Entropia!

Ainda bem que eu realmente existo, e sinto isso a cada beijo que dou, ou a cada afeto que recebo. Ao tocar as nuvens, as pessoas, e os desejos, e as loucuras, é quando viajo na ilusão incólume dos segredos mais íntimos da sedução. Descobrir não é sabido, pois não se descobre o que se sente, simplesmente se sente.

Essa desordem que me habita, é o ônus por ter decidido pulsar. Ser intenso é morrer e renascer a cada dia, como se os momentos fossem liquidificados e colocados à mesa, novamente, repetidas vezes. Uma entropia total, que une e desune, ata e desata, e a cada segundo faz purpurinas escorrerem dos meus olhos brilhantes.

Por isso talvez me julguem diferente, nem melhor e nem pior, mas diferente. Dotado do mesmo dom de todas as pessoas eu sou, das mesmas oportunidades para se viver. Podem então reforçar as minhas transgressões, mas sem nunca deixar de exaltar os meus encantos, pois a cada sorriso meu, deixo uma alegria ao outro, e a cada gesto, um afago. Prefiro a dor da incompreensão aos rastros da mediocridade.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ao meu amor...

Minhas noites nunca são vazias, tenho um universo de poesias a habitar meus pensamentos e um mar de emoções a iluminar minh’alma. Tenho uma luz que é minha e que também é sua, sempre que quiseres invadir meu peito desnudo. Compartilho todo meu amor, para que sejamos únicos em nossos sentimentos e para que do nosso afeto brote o nosso viver comum.

Não precisas me dizer nada sobre os teus sonhos, pois aquilo que não percebo é tudo aquilo que não conseguirei compreender. E como nada te digo, te deixo pulsar, para que o clamor das tuas sensações guie os nossos destinos. Deixo arder, pois no calor dos nossos desejos habitarei em ti, aquilo de melhor que quiseres de mim.

Essa é a minha paixão, e assim se comporta o meu coração todas as vezes em que penso em ti. Abro as janelas e sorrio, deixando o amor tomar conta dos nossos caminhos, como se o tempo e o espaço não fossem determinantes para a nossa felicidade. Largo o meu sorriso no cadente das estrelas e infinito passa a ser o nosso destino, no  doce tocar suave das nossas faces.

E o nosso amor, louco, é simples e complexo, intenso no beijo e no olhar. No desejo, estar sempre pertinho. É o fazer valer com carinho, a benção de se estar juntos, a descobrir na imensidão do universo aquilo que nos converge, que nos remete a querermos respirar do mesmo ar, a querermos viver a vida de um e do outro. Assim é o nosso amor..., cru, e elaborado a cada instante, nas batidas dos nossos encantos.

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Letra - Coração Selvagem

Coração Selvagem
Belchior

Meu bem,
guarde uma frase pra mim
dentro da sua canção
Esconda um beijo pra mim
sob as dobras do blusão
Eu quero um gole de cerveja
no seu copo
no seu colo e nesse bar

Meu bem,
o meu lugar
é onde você quer que ele seja
Não quero o que a cabeça pensa
eu quero o que a alma deseja
Arco-íris, anjo rebelde,
eu quero o corpo
 tenho pressa de viver

Mas quando você me amar,
me abrace e me beije
bem devagar
Que é para eu ter tempo,
tempo de me apaixonar
Tempo para ouvir o rádio no carro
Tempo para a turma do outro bairro,
ver e saber que eu te amo

Meu bem,
o mundo inteiro
está naquela estrada ali em frente
Tome um refrigerante,
coma um cachorro-quente
Sim, já é outra viagem
e o meu coração selvagem
Tem essa pressa de viver

Meu bem,
mas quando a vida nos violentar
Pediremos ao bom Deus que nos ajude
Falaremos para a vida:
"Vida, pisa devagar meu coração cuidado é frágil;
Meu coração é como vidro,
como um beijo de novela"

Meu bem,
talvez você possa compreender
a minha solidão
O meu som, e a minha fúria
e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser

Meu bem,
vem viver comigo,
vem correr perigo ,
vem morrer comigo
Talvez eu morra jovem,
alguma curva no caminho,
algum punhal de amor traído,
completara o meu destino.

Meu bem,
vem viver comigo,
 vem correr perigo
Vem morrer comigo,
meu bem, meu bem, meu bem
Que outros cantores chamam baby

segunda-feira, 16 de maio de 2011

É preciso deixar sangrar...

Para que as luzes novamente se acendam, é preciso deixar sangrar... É no negro pulsar das desilusões que a vida se refaz. É na reflexão que se reconstituem as esperanças. Não se coagula sentimentos, eles devem fluir, não se remenda as emoções, elas devem brotar. É como se quiséssemos curar a alma com analgésicos a esperar que o tempo acomode a nossa dor. Como se deixar, esquecer, ou fingir, cicatrizasse as nossas frustrações.

É duro levantar, e sair, com tantas correntes que arrastamos. A cada piscar, a cada pensar, inserimos uma nova carga sobre nossos ombros. Deixamos muito pouco pelo caminho e carregamos cada vez mais, como se capazes fossemos de carregar o mundo. Assim, deixamos de sonhar, pois quase não suportamos mais o peso dos nossos desencontros. Mas para que sonhar, se já temos tantas coisas para nos preocupar?

“Viestes do pó e ao pó voltarás”, preconiza a lei básica. Todos chegamos e partiremos deixando um legado de amor e de dor, de louros e desbarato, e entre o chegar e o partir cabe a nós dizermos para que viemos. Não é possível fecharmos os olhos para simplesmente fugirmos do belo ou do triste. É imprescindível ascendermos à nossa luz, para seguirmos iluminados. Mas nem sempre é agradável e por isso “é preciso deixar sangrar”.

Namastê!

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Deixa prá lá...

Enquanto passam  os dias, às horas contamos os minutos, como se os segundos não fizessem parte da nossa existência. Esse é o hiato que ocultamos e que nos invade a alma e que nos congela, é aquilo que descartamos, como se importante naõ fossem.  Desprezível é tudo aquilo que não nos acumula e que deixamos, sem ao menos nos questionar de onde brotam esses nossos desejos. É tudo o que não nos importa, mesmo que atrás de cada porta, omitamos no vazio da escuridão, o desconhecido e ignorado, no mais absurdo silêncio.

Deixamos a torneira aberta a pingar, gotas de lamurio, espesso sangue negro, escarro das sôfregas tentações que nos consomem. No lábaro das nossas existências, regras incutidas dos meretrícios putrefatos, transpostas para um semblante ameno, que ao mesmo tempo nos conforta e nos dinamita, e que ao olhar dos outros também os conforta ou os dinamita. Essa é a dualidade de emoções, teatro mambembe da existência humana, servido em bandejas de felicidade, como produto barato das lojas de amenidades.

Viver é fácil, basta respirar, pois aos olhos dos medíocres a vida não passa de dias vividos, mesmo que desprezados os segundos, segundos e mais segundos. Simplesmente seja feliz e sorria, dizem, imbecilmente; a vida é bela, dizem sempre os imbecis; contentem-se, contaminem e agradeçam por tudo, insistem em dizer os imbecis. Parvos, não dão o mínimo valor às dádivas, pois não entendem dos seus presentes, além das suas embalagens, nem tampouco das suas missões em transformar. Imperceptíveis e nulos matam a razão da existência e nas suas essências, vivem na onda leviana da suavidade vã. O pior é que além de tudo, temos que conviver com isso.

Sorrindo, ou não, bem vindos ao mundo real!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Deixe-me pulsar...


Nas esquinas da vida, sem ao menos esperarmos,  nos deparamos com algumas situações e sentimentos que transformam o nosso viver. O que dizer de encontrarmos alguém ao acaso e esse alguém nos embaralhar os sentidos ao nos proporcionar um turbilhão de desejos em pensamentos desconexos? O que dizer do coração acelerado, da respiração ofegante, em meio a gaguejos e mãos trêmulas, sem nenhum toque físico sequer, ou sem que nenhuma palavra tenha sido dita? O que dizer da paixão e do amor, sentimentos que nos enlouquecem, nos arrebatam, invadindo as nossas quase intransponíveis carapaças e armaduras? O que dizer dos encontros, ou desencontros, que nos levam às decisões improváveis, ao sim pelas fortes emoções na desarticulação da razão?

É bem assim que nos entregamos, sem planos, sem desculpas e sem culpas. Sabemos quando é o momento e para quem, mesmo que aquele sentimento não dure para sempre. Amar potencializa sentimentos, assim como a paixão, que não nos cega, mas nos remete a outras dimensões do realmente ser humano. Invariabilidades do pulsar, do querer, do provar, do aceitar. É preferível mil batidas estonteantes do meu coração a uma única insípida, e por isso deixo pulsar. Depois colhemos os frutos dos erros, que são pormenorizados, diante dos acertos, e ainda assim podemos escolher as masmorras frias das nossas inseguranças ou o ardor incandescente de se doar, dividir.

Quem acha que amar é regra, é reclusão, engana-se: amar é permitir. Sem direitos ou deveres, sem explicações, sem contrapartidas, pois nasce dos nossos impulsos e cristaliza-se em nossas emoções. Do amor brota o afeto, o carinho e o abraço. A acolhida que nos aquieta enquanto nos incendeia.

Namastê!

terça-feira, 3 de maio de 2011

Cumplicidade!


Generoso destino o meu, ao me permitir te encontrar. Roubastes de mim a intensa dor, depositando-a em uma urna lacrada, para que eu não mais acessasse as minhas escolhas espúrias. Não é por acaso que te desejo, e já és parte da minha história e dos meus encantos. És, sobretudo, luz divina a clarear os meus caminhos. Um forte elo, liame dos meus sonhos às minhas esperanças. Sorriso meigo, acolhedor, instigante, arrasador. És vida, a pulsar em minha vida! 

Por isso te venero e te quero aqui, a ladrilhar o meu sorriso.