sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Afago!

Admire-me e me ame pelo que eu sou, e não pelo que você gostaria que eu fosse. E se mesmo assim eu não te bastar, me julgue como uma brisa leve, que um dia tocou o teu rosto e te fez suspirar. Por mais que não entendas quem sou eu, deixe que o pulsar do teu coração te encaminhe, para aquilo que de mais sutil te toca e que te faz perceber que nada mais sou do que afeto..., um emaranhado de amor em sentimentos bons a aquecer e elevar o teu peito vibrante.

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Verdades


Não existe simbiose em duas metades,
pois metades são metades,
e não há como ditarmos que são um inteiro.
Mesmo que tenhamos vontade,
metades são metades,
cada uma com as suas verdades.
A nossa vontade nem sempre será uma verdade,
ainda que pela metade,
queiramos assim entender.
Metades nunca terão uma só verdade,
pois verdades nunca terão metades.
Amputamos metades das verdades e elas serão únicas,
outras verdades talvez,
simbioses de outras vontades
das nossas almas libertas.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Manifesto!

Sempre relutei em fazer da minha vida um canteiro de amenidades. Preferi um jardim intenso de cores e cheiros, do cair de pétalas e do renascimento, do lamento às preces. Não queira agora, que eu entenda as razões fúteis das banalidades, somente pelo fato de eu estar mais presente nas superficialidades das ondas da mediocridade.

Derrubei as minhas máscaras há muito tempo e nem por isso me permitirei louvar aquilo que me emudece. Danem-se os profetas e os sábios, pois nada mais são do que multiplicadores das suas próprias crenças. Danem-se os seus admiradores e apesar do respeito, afirmo que não deixam de ser meras ovelhas a caminho do matadouro.

È preciso pensar, refletir, é preciso dourar as emoções, para que possamos então nos posicionar, a defender a nossa própria estrutura, na qual cremos e desejamos . E se você pensa que esse manifesto é a sua verdade, esqueça...! Você não entendeu nada e não aprendeu a pensar... Continua a ser manipulado, um inocente útil no jogo perverso do poder.

Estamos no limite da obscenidade, e despir-se diante do caos, nada mais é do que deixar que tudo aquilo que te comove, te afogue nos seus sentimentos e nas suas expectativas vazias.

Namastê!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Sentimento Meu

Sentimento não se discute e não se fala, se cala e simplesmente se sente. Quem diz que sabe não sabe e quem discute não sente, só quem sente é quem sabe que o sentimento é seu ente. É único e de cada um pelo fato de estar presente, e incomparável há que ser respeitado, pois é mais  fraco ou frouxo, aquele que se intromete no sentimento dos outros, e ao querer se comparar com as amarguras da gente, não passa de palpíteiro, intrometido e doente.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Coração Selvagem

Descontrolado e louco..., ando ensandecido com as suas arbitrariedades... Como se não bastasse a dor da separação, o luto pelo rompimento e o flagelo da saudade, devo ainda me sujeitar às suas variantes. Nos momentos em que mais preciso  de você, me abandona, ao bel prazer de me ver sofrer e, por tua causa, despenco no grand canyon das minhas emoções. Impossível controlá-lo, e sei que é minha a culpa, já que sempre deixei o meu destino em suas mãos. Agora sinto que admiti-lo a pulsar, ou deixar de bater acelerado, sem  a minha racionalidade, é insensatez. 

Quisera você fosse tal qual um celular, com carga e descarga e a opção de desligá-lo sempre que preciso. Poderia deixá-lo em casa ao mergulhar nas minhas madrugadas insanas, se quisesse o frio das relações, ou regular a sua intensidade, para que batesse à altura dos meus interesses. Coração bandido, algoz dos meus sentimentos, anda a me maltratar por capricho, como se por vingança fizesse, pelos sustos e oscilações a que lhe tenho exposto, pelo que lhe tenho açoitado. Apesar de tudo você é meu e o que me conforta é que posso viver sem você, assim como você pode viver sem mim, por outras emoções. E talvez por isso, o gosto e o zelo por nossa desarmonia. 

(contribuição de Henrique Cabral dos Santos)

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Beijo a flor...

Ternura de beija-flor que meu jardim excita, há volúpia na sutileza do teu voar. Ao farfalhar as tuas asas acaricia o veludo das minhas pétalas, e como se fosse teu o encanto de estar íntegro nos meus momentos, me eleva. Mágico, deposita em mim aquilo que vem da tua natureza e retira o néctar das minhas emoções. Simbiose de amor, do seu para o meu íntimo e do meu para o seu. É pena as janelas estarem abertas, mas é preciso, para que venhas quando quiser e possas partir, sabendo que estarei aqui saudoso, sempre a te esperar.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Ausência

Me faltam letras, e portanto as palavras. Sem palavras não combino frases. Sem as frases não expresso aquilo que sinto, e ao não expressar aquilo que sinto me sinto ausente. Ausente estou por não pulsar meu coração, e ao não pulsar, ele me pune, por tudo aquilo que deixei de fazer.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

A Letra - Palavras ao Vento

(Marisa Monte / Moraes Moreira)

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

Ando por aí querendo te encontrar
Em cada esquina paro em cada olhar
Deixo a tristeza e trago a esperança em seu lugar

Que o nosso amor pra sempre viva
Minha dádiva
Quero poder jurar que essa paixão jamais será

Palavras apenas
Palavras pequenas
Palavras, momento

Palavras, palavras
Palavras, palavras
Palavras ao vento

Palavras apenas
Apenas palavras pequenas
Palavras

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Partida

pouco me importa se a sua boca é carmim
ou se o seu jeito de me olhar é meigo ou não
a vida é assim
ou você ama ou desiste
encontros são desencontros
são chegadas e partidas

pouco me importa o seu brilho e a sua cor
ou se as suas unhas estão pintadas ou não
você é assim
lixo para tudo que vem de mim
encantos e desencantos
é ardor e dor

pouco me importa
se há frio em meu coração
o amor é assim
naquilo tudo que me condiz
do afeto à desilusão 
nem sempre o perder é perder

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Palavras Doces

Hoje, vasculhei as gavetas da minh’alma à procura de palavras doces, que porventura tenha guardado para os meus momentos amargos, mas nada encontrei, além de uns poucos pingos de gratidão e desprezíveis ressentimentos. É nobre entendermos o quanto nos doamos, e gastamos o douro das nossas alegorias à acalentar os corações das pessoas que tanto queremos bem, para também entendermos que às vezes perdemos o chão, para então aprendermos que é possível caminhar sobre as nuvens.
Respirar fundo, deixar que o ar puro desintoxique nossos pensamentos ruins é resgatar-se, para então continuarmos a nos doar e a recebermos os bons fluídos que a vida nos reserva. É como se regenerássemos aquilo de mais precioso que possuímos: nosso destino. E é essa resiliência que nos faz levantar e seguir em frente.
E quanto às palavras doces, é preciso guardá-las com muito cuidado: amor, para distribuirmos para quem verdadeiramente amamos; paixão, para quem veneramos; amizade, para quem queremos que nos acompanhe eternamente; abraço, para quem precisa de um afeto; sorriso, para tocar os outros com a brisa da felicidade, e assim então, também nos sentirmos tocados.
Namastê!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Ressentimentos


não me atires a qualquer lugar
como se do teu escárnio fosse
a lamentar as feridas fétidas
do teu universo ferino

lacrimejas ódio
vomitas desejo
e sorri falsamente
na solidão que te consome

enquanto matas a mim
matas a si mesma
e no engodo de ressentimentos
se faz infeliz

domingo, 3 de julho de 2011

"Diga que me odeia, mas diga que não vive sem mim..."

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Protagonismo


Algumas coisas me emudecem, como se em minha garganta repousassem nós, surpresas de um emaranhado indescritível de emoções. Sempre que os desato, aprendo com as suas nuances, sejam elas de dor ou de alegrias. Aquilo que me cala, e que me surpreende, às vezes me remete à dúvida, e muito me instiga, ao mesmo tempo em que me impulsiona, me reconstrói.

Esse cataclismo que provamos sempre que saímos do nosso conforto é o que nos alavanca, que nos move. Negar experiências não engrandece, destrói. Como construir um futuro sem um passado? Quem disse que o arrependimento é garantia de felicidade? A entropia que hora nos habita e que muitas vezes provocamos, é necessária para respirarmos, suspirarmos e seguirmos.

Ausência de emoções é água parada, não pulsar é não viver, não deixar viver. Por mais que me agrida a minha própria ousadia, que me remeta aos absurdos da obscuridade, não tê-la comigo é morte, lenta, segundo a segundo. É provar de um veneno nefasto, que me afunda, no lodo que eu próprio cultuei, naquilo que me deixei programar e manipular.

Morte ao rei, hora gritamos, e em rebeldia marchamos contra, sem ao menos notarmos a nossa majestade. Daí o nó que nos emudece, e que também nos engrandece, sempre que permitimos nos olhar. E assim vamos adiante, a esperar o próximo capítulo, sem ao menos darmos conta que somos os protagonistas da nossa própria vida, enquanto o tempo passa.

Namastê!

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Coração Insano

Ainda que insanamente, ousemos conservar nossos sentimentos incandescentes, pois é no ardor dos corações que inflamamos o desejo de se seguir adiante. É por desejo que transformamos tudo aquilo que nos inquieta em movimento, e assim damos sentido àquilo que nos parece sem sentido. É preciso fluir, e o que nos consome também é o que nos move.

É necessário cuidarmos da alma para que ela esteja sempre leve. Deixar aquilo que nos revolta e insistir na calmaria. Branda é a vida que nos foi dada, mesmo que nos pareça extravagante. Talvez, por isso queiramos guardar nossas energias para somente dissipá-las diante daquilo que nos encanta, deixarmos para depois o que nos tumultua. O amor nos tumultua.

Redimir-se do amor é matar em si o entusiasmo da vida! Libertar-se, deixar no peito um vazio que nos conforte não é sinal de luz. Sábio é quem louva o amor, e  mesmo louco, segue puro, avassalador. E a alma, ahh a alma..., porque acalmá-la? Quem disse que libertar-se é o melhor caminho para se acalmar a alma? Quem disse que a alma deseja ser acalmada?

Namastê!

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Carícias

É no acalanto dos meus versos que despejo todo o afeto que roubei para ti, para que então, nas horas em que teu peito apertar, possas sentir o toque suave desse amor eterno.  

É no acalanto dos meus gestos que canto, para que compreendas que é preciso pulsar,  e que palavras não ditas podem ser bem entendidas, pois nem sempre elas são necessárias.

É no acalanto dos meus sonhos que deposito todos os meus desejos, para que possa deflagrar em ti aquilo de melhor que guardo, a doar-me de alma livre diante do seu encanto.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Escolhas

Às vezes esquecemos-nos do sentido da vida, como se vendados estivéssemos, a nos sujeitar aos desejos do outro. Amputamos a nossa felicidade e doamos a melhor parte de nós, como se desejássemos frutificar aquilo de bom que queremos para nós mesmos. Enquanto cuidamos, deixamos, e muitas vezes as nossas escolhas nos custam o brilho do olhar.

Vamos deixando de lado os afetos e os amigos, pois não têm mais importância, apesar de estarem lá, torcendo por nós, assim como aquilo que nos traz prazer. Vamos deixando a poeira encobrir os nossos gostos, as nossas manias e as nossas viagens, como móveis antigos, simplesmente porque é necessário. Vamos deixando...

Um dia descobrimos que amamos muito outra pessoa e por deixarmos, esquecemos-nos de nós mesmos. E por tanto deixar, já não temos mais jeito de tratar muitas coisas. Ficamos ancorados em um porto seguro a olhar pela minúscula janela a imensidão azul. Depois, fechamos a janela e nos voltamos para aquilo que julgamos ser mais importante para nós, para então baixinho lamentarmos. 

Descobrimos então, que abrimos os olhos para o amor e os fechamos para vida, e ainda assim nos sentimos felizes, pois fizemos a escolha.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Cogito

(Torquato Neto)

eu sou como eu sou
pronome
pessoal intransferível
do homem que iniciei
na medida do impossível

eu sou como eu sou
agora
sem grandes segredos dantes
sem novos secretos dentes
nesta hora

eu sou como eu sou
presente
desferrolhado indecente
feito um pedaço de mim

eu sou como eu sou
vidente
e vivo tranquilamente
todas as horas do fim

Cogito - Torquato Neto 

Cadê a Felicidade?

Quando os sonhos se esgotam, são as ilusões que se apoderam do destino das pessoas. Assim, no ímpeto de encontrarem a felicidade, racionalizam as frustrações e buscam desculpas para tudo aquilo que deixam de realizar. Vivem fantasias, contam vantagens, trocam a generosidade pela arrogância e ingressam em um universo perigoso, no limiar entre as mentiras e as possíveis verdades.

Namastê!

quinta-feira, 2 de junho de 2011

A Letra - Caçador de Mim


Caçador de Mim
Luís Carlos Sá e Sérgio Magrão

Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim

Preso a canções
Entregue a paixões
Que nunca tiveram fim
Vou me encontrar
Longe do meu lugar
Eu, caçador de mim

Nada a temer senão o correr da luta
Nada a fazer senão esquecer o medo
Abrir o peito a força, numa procura
Fugir às armadilhas da mata escura

Longe se vai
Sonhando demais
Mas onde se chega assim
Vou descobrir
O que me faz sentir
Eu, caçador de mim