sábado, 27 de novembro de 2010

A Letra - Ainda Mais

Ainda Mais
(Eduardo Gudin / Paulinho da Viola)

Foi como tudo na vida
que o tempo desfaz
Quando menos se quer
uma desilusão assim
Faz a gente perder a fé
E ninguém é feliz, viu
Se o amor não lhe quer

Mas, enfim, como posso fingir
e pensar em você
Como um caso qualquer
Se entre nós tudo terminou
Eu ainda não sei, mulher

E por mim não irei renunciar
Antes de ver o que não vi
em seu olhar
Antes que a derradeira
chama que ficou
Não queira mais queimar

Vai que toda verdade de um amor
o tempo traz
Quem sabe um dia você
volta para mim
E amando ainda mais

Ainda Mais - Paulinho da Viola

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Resiliência

Hoje me pus a caminhar só em noite escura, a apreciar o prateado do céu... Refleti um pouco sobre realidades, imaginação, sonhos e desejos, e a imaginar que nexo tem o cosmos ao nos apresentar um universo de possibilidades, cujo alcance nos parece tão distante. Sobre pessoas que quero muito bem e os acontecimentos em suas vidas, e sobre mim, a remir as minhas escolhas.

Pensei muito sobre o quanto perdemos e o quanto ganhamos e quais as reações das nossas decisões diante do cosmos. Sobre as nossas relações com as pessoas, sobre a vida que deve seguir em harmonia, para que sejamos felizes. Pensei também, sobre o que tenho construído e proporcionado ao universo, sobre os desencontros, sobre as alegrias e as dores.

Busquei explicações para alguns desgostos, acolhimento para alguns erros e serenidade para algumas decisões. Pedi espaço para desenrolar as minhas verdades, e perdão pelo que não tenho conseguido ser. Clamei um pouco de paz, pois tenho percebido que faltam guizos em meus sapatos, e estes silenciaram, e que os pirilampos deixaram de iluminar as minhas noites vazias.

Somos realmente abençoados, mágicos, e ao olhar para o céu um afago e o conforto, ao convencer-me de que nem todas as estrelas pertencem às mesmas constelações e nem todas as constelações às mesmas galáxias. Assim é o universo! Logo após, no quarto hotel, durante o banho, percebi que no canto da toalha pendurada no banheiro havia algo escrito em vermelho e pensei que fosse a identificação do hotel em que estou hospedado. Ao olhar atentamente, estava escrito a palavra “RESILIÊNCIA”.

Namastê!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Coração ardente

Que vulcão é esse que me consome todas as vezes que me permito a divagar sobre o teu sorriso? Um turbilhão que começa leve, e de repente avassala. Não consigo saciar minha voracidade de estar contigo. Saudade cruel, que alimenta os meus desejos e me remete ao escuro da solidão, ainda que você esteja por perto.

A esperança é a flecha que incendeia meu peito e que impulsiona os meus passos. Assim, escancaro as janelas da minha alma a esperar-te todas as horas com ramalhetes de flores a perfumar e colorir a tua chegada. Tua ausência é dor, e por mais que eu insista em desistir desse eterno amor, meus desejos clamam e inflamam o desassossego do meu coração. 

Meu coração arde, e não me deixa em paz!

domingo, 21 de novembro de 2010

Meu primeiro amor...

Não se pode lutar contra o amor, não vale a pena! Na pureza dos sentimentos repousa o acolhimento e o afeto. Sofrer de amor é dor, dizer que o amor é dor é besteira, assim como dizer que o inverso do amor é o ódio, outra besteira. Enquanto você sofre ou odeia, você ama, quando despreza e quando aquela relação não faz mais sentido para você, e nem sequer você pensa na pessoa, a ignora, aí sim você a deixou de amar.

O que dizer do primeiro amor, um puro sentimento que brotou da convivência e da admiração. Crianças, cresceram muito próximos, pré e adolescentes a correr pelos caminhos abençoados pelo destino. Descobriram muitas coisas juntos, as transformações físicas, o desejo e o beijo. Entre as cortinas das festinhas, entenderam o quanto se completavam e se protegiam, o quanto um fazia falta ao outro. Férias então, um sacrifício suportar tantos dias distantes, o que teria mudado? Sem que ao menos entendessem, algo aconteceu em suas vidas, as entrelaçando para sempre.

As escolhas muitas vezes nos trazem dor, e a dor de partir, de deixar, a dor da perda é imensa. Tal qual ferida que não cicatriza, a sangrar as emoções, as lembranças, os planos e os sonhos, perder-se do primeiro amor é a morte. Mata-se os atores, as esperanças e o espetáculo acaba. Como sobreviver nos braços de outra pessoa a lembrar-se do diamante que perdera?  Como seguir sem olhar para trás, deixando aquilo de mais valioso que fora construído a dois, sem interesses, sem obrigações, sem maldades? ... esse é o mais puro amor!

Disseram-me que tão ou mais importante do que o primeiro amor, é o último amor. Quem sabe meu último amor venha a ser o meu primeiro amor, ou o meu primeiro amor venha a ser o meu último amor. Enquanto isso cultivo o meu jardim a florir, para que as borboletas venham ao invés de correr atrás delas, como dizia Mario Quintana.

Viva a vida!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Que amor é esse!


mergulhar no calor dos teus beijos
é desatar os nós dos desejos
que a vivacidade da vida me impõe
a permear o universo dos teus sonhos

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Qual o tamanho dos seus sonhos?

Imergimos em cada momento nosso a buscarmos a felicidade plena, e ao aproveitarmos a vida ao extremo um desencanto nos ronda, uma louca vontade de transgredir nos confronta, e um desejo incontrolável de dizer ao mundo o quanto podemos mais, nos enlouquece. Por mais que saibamos e tenhamos conquistado aquilo tudo que nos convém, acreditar que o nosso sonho realizou-se plenamente é uma bobagem - a menos que sonhemos algo tão insignificante, que a sua não realização não nos faça falta.

Namastê!!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Quem engana quem?

Nem bem resolveu as angústias de seu coração, e novamente passou a fazer juras de amor. A sedução é um jogo perigoso, o qual nos eleva a auto-estima, se bem sucedido, ou nos remete às profundezas das amarguras, quando frustrado. Perdas e ganhos fazem parte desse jogo da vida, mas somente para quem está jogando e conhece as regras, e não para quem é envolvido, ou inocentemente encantado. Diz-se que “não se deve brincar com o sentimento das mulheres” e eu vou além, ao dizer que não se pode brincar com o sentimento das pessoas.

Nenhum amor é para toda a vida, assim como nenhuma relação é perfeita, assim como ninguém é de ninguém, são frases ditas. As pessoas andam ansiosas demais, mergulhadas nas suas próprias necessidades, querendo suprir exclusivamente os seus desejos, e esse egoísmo todo faz com que esqueçam que para uma relação ser saudável, seja no início, meio ou fim, existe o outro. Andamos como máquinas a produzir mágoas e ressentimentos, o que nos distancia, não somente das outras pessoas, mas também de nós mesmos, da nossa natureza, que é amarmos, sermos amados e sermos felizes.

Li um texto, dias atrás, o qual dizia que as mulheres estão diferentes em suas relações, que têm carregado consigo um peso que não é da sua singeleza, que uma geleira tomou conta das suas almas e que a delicadeza, o carinho e o afeto, não mais compõem o seu encanto. Imputava o texto tal frieza combativa, às frustrações incrustando aos relacionamentos mal sucedidos, tal razão da tolice. O enlevo das mulheres vem deixando de ser ilibado pelas frustrações em seus relacionamentos, com homens de poucas verdades, e a culpa é deles. Assim como os homens, bons homens, pouco encontram na maioria das mulheres, a acolhida para os seus perdidos corações, falta-lhes coragem e afeto, e a culpa é delas.

Egoístas, vamos reforçando falsos valores a nortear uma sociedade doente, incrédula, cuja ordem é utilizar-se do outro para a sua pseudo-satisfação e retornar para o “lar”, como se a dor fosse domesticada, até o próximo surto. Traímos então, os nossos sentimentos, as nossas razões, os nossos princípios e os nossos destinos, e enquanto sofremos não nos permitimos viver grandes paixões, pois não acreditamos mais que existam pessoas tão maravilhosas quanto nós, para então podermos nos entregar de peito aberto a um grandioso amor. Estamos morrendo muito rapidamente, mergulhados em nossos enganos.

Namastê!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Suas escolhas vazias...

O que é que te conserva, além da tua rala caterva que você adotou e que te protege? Ri, chora, finge e sofre, dissimula e engana, faz-se de feliz, como se a tua vida não valesse nada. Vendeu a alma e mergulhou no falso submundo, no glamour da ilusão, em festejos finos com gente elegante, na mentira e na luxúria, onde com teu sorriso se vende, a divertir os outros.

O que é que te impulsiona, além do rancor e da mágoa, da perda incontida? Se acha coerente, enquanto insiste e mente, se engana e se afunda, mergulha no negro dos sentimentos e busca na cama acolhimento. Disfarça e vive de imagem, se desvaloriza, maltrata quem te bem quer e não se trata, e como se não lhe bastasse a solidão, vive uma vida que nunca foi sua.




sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Desabafo...

Encanta-me manter minhas gavetas vazias, ao fato de não guardar tolices a aterrorizar os meus sonhos vadios. Encho meus universos de desilusão e despejo minhas mágoas no leito escuro das minhas verdades. Engana-se quem diz que cultivar pétalas engrandece maria flor, e que a saliva dos justos fortalece a seiva nobre da razão. Quem viu criança brotar semente, não sente a dor que sente intensamente quem ama. Brindo à vida, enquanto, no limiar da lâmina fria, sôfrega, há a morte. Espero, hesitante, e esvazio freneticamente as minhas gavetas, ao saborear o nectar de ressentimentos e o fel da minha própria altivez.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Enquanto você dormia...

Enquanto você dormia, joguei sementes para que brotassem flores a colorir o seu jardim - margaridas, rosas, gloxínias, hortênsias e tantas outras, de uma beleza tamanha, para que atraíssem borboletas a colorir com sutileza o seu universo. Poli as estrelas e enchi de azul o céu, enquanto você dormia, para que o seu caminho se mantivesse iluminado e para que o seu sorriso refletisse em cada estrela cadente.

Você dormia, e eu calibrei os sonhos, para que também coubessem dentro desse seu imenso coração e combinei com os anjos, que jamais a deixassem só. Pedi que trombetas soassem sempre que você estivesse presente, como a anunciar bons e novos tempos e supliquei a Deus que te protegesse também, e enquanto você dormia, pude refletir sobre todos os erros que poderiam ser contornados sem afetar a sua alegria.

Enquanto você dormia, clamei às pessoas que pisassem mais suavemente, e aprendessem que sutilezas e boas intenções, quando praticadas, transformam as outras pessoas, e que ao respeitarmos o próximo, respeitamos a nós mesmos, com as nossas diferenças, interesses e pontos de vista, e enquanto você dormia, pude assistir várias vezes o filme de nossas vidas, imperfeitas, mas cheias de vitórias.

Você dormia e criei uma corrente do bem, cujos elos se alternassem entre amor, afeto, carinho, felicidade, amizade e solidariedade, para que fossem elos tão fortes que nem a mais sofrida mágoa os pudesse romper. Entendi que cada laço que atamos pode ser eterno, se assim desejarmos, e enquanto você dormia, refleti sobre as nossas amarras e o quão importante é a liberdade de escolhas.

 Nas minhas fantasias, ainda espero o seu despertar sereno. Espero que quando acordar, ao olhar o céu e as estrelas, ao perceber as cores e sentir o perfume das flores e ao ouvir palavras tenras, se sinta protegida. Espero te oferecer tudo aquilo que deseje e que conservei para você, em versos suaves, para que então possa deflagrar todo esse meu amor, por toda a minha vida, ainda que seja tarde!

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O amor transforma...


Paixões acontecem, e por mais que não queiramos admitir, quando nos encantamos por alguém, as pernas tremulam e borboletas invadem o nosso estômago. Temos a sensação de que a todo o momento o mundo pára, e assim nos alimentamos, de desejos, de tesão, do outro.

Da paixão para o amor é um pulo..., basta apreciarmos a pessoa pela qual nos encantamos. Ao observarmos, e a colhermos detalhes, teremos a certeza se é ela - do sorriso aos gestos, das palavras à docilidade, do cuidado ao afeto, do humor ao gozo..., nosso coração então se entrega e o mundo muda de cor.

Quando nos permitimos amar, cuidamos mais de nós mesmos, a vida passa a fazer mais sentido e ao compartilharmos alegrias, passamos a ser mais amados ainda. A química em nossos corpos deflagra sensações incríveis, e tudo isso nos transforma. Faz-nos pulsar, nos sentirmos vivos.

Portanto, se ao encontrar alguém em seu caminho e essa pessoa lhe fizer despertar, acredite, muito mais do que coincidências pode ser o amor batendo novamente à sua porta, a lhe dar mais e mais empurrõezinhos para que você seja eternamente feliz.

Namastê!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Por que tem que ser assim?

não é na lua, nas marés ou no tempo
nas correntezas ou no vento
nas incertezas das palavras
nas eloquências das mágoas
na saudade devassa
nas noites vazias
nos dias tristes

não é na filosofia ou na melodia
nas letras largadas
no compasso das músicas
no choro contido
no silêncio descabido
na dor constante
na ausência sentida

não é em mim ou em você
nos beijos molhados
nos corpos suados
no abraço presente
no sorriso sincero
na conversa sem culpa
no amor deflagrado