quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Esse Veneno que nos Alimenta...

É engraçado como nos sentimos pequenos, quando damos um tempo para nós mesmos. Mergulhar no universo das nossas próprias emoções nos faz refletir sobre tudo aquilo que fizemos, e sobre tudo aquilo que deixamos para trás. Sonhos e expectativas a confrontar nossas realizações, conquistas, vitórias e derrotas...

Ao estarmos sós, deixamos cair as máscaras e com elas as mentiras, os papéis e fantasias. Ousamos voar, nos poucos momentos em que nos permitimos nos enxergar nus, desprovidos de preconceitos, de pudores e de vaidades. Ao inibirmos nossas armaduras e desculpas, nos permitimos estar livres para o exercício do nosso próprio destino, do arbítrio, livre arbítrio.

Tal qual uma lavagem na alma, após, nos sentimos leves, prontos para acumularmos mais mentiras nesse jogo da vida, e enquanto não somos desafiados, continuamos a nos desculpar por todas as nossas perdas - de identidade, de amigos, de sonhos, de verdades. Conformamos-nos então, ao nosso juízo, sempre que percebemos no outro algo de pior, e ao racionalizarmos, nos sentimos confortados.

Maldita ilusão, que nos faz dissimular sobre a nossa própria vida, pois enquanto acumulamos vantagens, diluímos as nossas dores e mágoas. E assim, como tudo aquilo de bom que fazemos aos outros nos faz bem, ao alimentarmos o mal, nutrimos com veneno o que nos mata..., as nossas certezas, e as nossas próprias convicções, as nossas capacidades.

Namastê!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

A dor do amor

Não vou viver à tua sombra, e tampouco à tua semelhança. Teu passado é nada, e teu presente insano. Ainda que me prenda ao teu sorriso, a tua morte em mim é iminente, mesmo que tardia. Deixastes o teu legado em minha alma, com as tuas mentiras. Amarga utopia a corroer os meus caminhos.

Vive de jogar versos ao vento, tal qual uma vadia meretriz, a frutificar desejos e roubar sonhos. Tua voracidade pela dúvida, faz mutilar sentimentos, assim como o teu beijo, amargo fel, a catalisar emoções vazias. Ainda que negue, traz consigo um rastro de infelicidades, és a infelicidade buscando vítimas.

Quem disse que o amor não mata? Morre-se aos poucos, todos os dias..., enquanto espera-se silenciosamente, a conta gotas, que tudo termine. Amarga prisão, dor cruel. Mera ironia, achar que a felicidade de uma nova paixão, suprime a dor da perda de um grande amor. Engana-se quem pragueja a felicidade.

Desafio-te a julgar os meus sentimentos, a velar com lírios os meus lamentos, a acalmar esse meu clamor. Rogo-te a deixar-me em paz, quero esquecer o teu sorriso, para então remediar a tua ausência. Deixe-me matá-la em mim, não te quero mais em meus pensamentos, pois tua presença me aprisiona. Hei de extirpá-la da minha vida e seguir, em paz. Teu amor é dor!

É muito simples, mato então esse amor, e acabo logo com toda essa dor que me corrói... Quisera, não sou capaz. Verdadeiro é esse amor, impossível matá-lo. O amor me guia e me remete à profunda insensatez, de amar, amar, amar, amar, amar, até que a morte nos separe..., de nós mesmos!

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Que vida é essa?

Que loucura é essa que nos faz gritar no silêncio, adiantar as horas, esquecer o rumo, beijar o cachorro, pintar as paredes, lavar o carro, sujar as panelas, dançar com as estrelas, falar bobagens, e que nos faz rir, dizer que amamos, voarmos?

Que desejo é esse que nos faz sonhar, querer, imitar, sofrer e achar que vamos morrer, que nos invade e nos eleva, que nos derruba e nos joga no abismo, que nos maltrata e nos adocica, que nos faz gozar, e que não deixamos de querer?

Que verdade é essa que nos ilumina, nos encanta e nos anima, que nos faz refletir ao cimentar nossos pés no chão, que nos queima e arde, enquanto acalma e deflagra, que maltrata e acolhe, que nos faz perplexos e encantados, e que não nos deixa desistir?

Que vida é essa de erros e acertos, bobagens e paletós, fantasmas e mitos, medos e certezas, de mágoas e afagos, distúrbios e catarses, de dores e paixões, emoções e lágrimas, vibrações, ranhuras, mentiras, e superações?

É a nossa vida, a vida que escolhemos..., a nossa merecida vida...

Namastê!

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Valentina

seja bem-vinda
és o cosmos e puro amor
desejada a crescer em berço fraterno
acolhida em nosso divino lar
estrelinha, a brilhar em nossa constelação
que ora veio a crescer e viver
vida a transformar as nossas vidas
valente Valentina
seja muito bem-vinda


 
(um singelo e carinhoso afago com minhas humildes palavras para a Valentina, que ora chegou, para  a mamãe Carol, para Maria Eduarda, Felipe e para esse dôce de pessoa que é a Ana Cristina)

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Os laços e os nós...

Enquanto as nossas vidas passam, vamos construindo relações, solidificando amizades e assim aproximamos corações, mas também os afastamos. Tal qual crianças curiosas, ansiosas por aprender, vamos expandindo os nossos universos a cada novo diálogo, a cada experiência, a cada momento. De peito aberto, recebemos tudo, assim como transmitimos aquilo de melhor que temos a dar, sempre solidários, prestativos, diligentes.

O tempo nos encoraja, assim como nos subtrai o ânimo, nos impulsiona, assim como nos retrai. O tempo nos ensina com nossos acertos, e principalmente com os nossos erros. Agarramos-nos em conselhos e clichês, e no balanço das nossas conquistas, vitórias e derrotas, dádivas e catástrofes, que hora provocamos e hora somos vítimas, laços e nós. Um vai e vem de emoções nos eleva e nos destrói, com a mesma voracidade.

Laços são abraços, construções de uma beleza pura, delicados afetos, como a suave brisa que nos toca a face, quando nos rendemos à harmonia da natureza. Como um beijo despretensioso, que nos faz tremer, ou como nos sentirmos acolhidos, protegidos de todas as intempéries da vida. Fáceis de desatar, sensíveis, e por isso merecem todo o nosso cuidado, para que se perpetuem e sejam eternos.

 Os nós existem também, e nada mais são do que laços que equivocadamente tentamos atar, sem o devido cuidado, sem amor e sem delicadeza. Sonhos que deixamos de sonhar, castelos que ousamos construir sem sabermos os motivos, situações que deixamos de lado, pessoas que descartamos de nossas vidas, dores que causamos e que nos arrebatam. Diferentemente dos laços, os nós são difíceis de desatar e assim carregamos mágoas por um longo tempo, uma carga dura, fruto das nossas inabilidades.

Em nossas reflexões devemos resgatar os laços e os nós, as alegrias e tristezas que causamos e que nos avassalam, as medalhas e condenações que carregamos. Não são louros ou arrependimentos que guiarão as nossas vidas e ao cuidarmos das nossas almas buscamos um entendimento conosco, afim de que sejamos felizes, realmente muito felizes...


Namastê!!

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Onde anda você...

Ao repousar minhas mãos suavemente em teu rosto, pude sentir na pele os sulcos da alegria do teu sorriso, e na sinergia do nosso amor os nossos corações a pulsar intensamente, como que a agradecer aos céus a magia de cada  dôce momento único.

O toque dos nossos lábios sempre selou as nossas verdades, e no absoluto da nossa paixão, deixamos de existir em nossos egoísmos e passamos a ser um só, almas libertas, alçadas pela mesma ambição de serem únicas, gêmeas na intensidade, nos desejos e no amor, eterno amor.

No calor dos nossos corpos  o tesão desmedido dos nossos encontros, de cada encontro, como se fosse o último a dilacerar  as nossas emoções. A sensação do final a lamentar despedidas breves, até o incerto reencontro, e apesar das incertezas, o meu coração louco a pulsar intensamente, a esperar um teu novo abraço.

Hoje, uma saudade imensa rege esse amargo fel que invade meu peito, e mal sei o que fazer com todo esse amor que acumulo. Devo deixar as estrelas para os apaixonados, a lua para os encantados e o céu para os tolos, já que esse universo que nos acolhe nos repele e nos remete  ao caos, o que nos impulsiona a venerarmos as nossas intensas paixões.

domingo, 10 de outubro de 2010

A Letra - "Pensando em Você"

Pensando em Você
(Paulinho Moska)

Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Pensar em te esquecer
Pois quando penso em você
É quando não me sinto só
Com minhas letras e canções
Com o perfume das manhãs
Com a chuva dos verões
Com o desenho das maçãs
E com você me sinto bem

Eu estou pensando em você
Pensando em nunca mais
Te esquecer

Moska - Pensando em Você
Moska e Zelia Duncan
Moska e Zizi Possi

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Coração Multímodo

sempre que meu coração amanhece
abro as janelas da minha alma
para que uma brisa leve e eufórica 
recicle meu peito desnudo

quando entardece
nova tormenta ameaça o meu coração
e na acrimônia dos destemperos da vida
me vejo a confrontar sentimentos

anoitece e meu coração implode e pulsa
a entregar-se a qualquer ilusão vadia
e ao desprezar a palidez da sua aura arterial
mergulha no venoso das devassas emoções

meu coração é multímodo
é ternura e deslumbramento
alvoroço e movimento
é dor e merecimento

esse louco inconseqüente
que se expõe acelerado
nada mais faz do que amar
é um coração apaixonado

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Que amor é esse!


implodi meu jardim de sonhos
ao construir elevados com os meus enganos,
e nas cabines magnetizadas pelo teu encanto,
cultivo fantasias a alimentar a tua bruta ausência