segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Previsível...

O imprevisível somente acontece,
pelo fato do previsível existir. 

Antes que me deite, hei de me deleitar com o encanto do teu sorriso enlevado, diante das pétalas de rosas que lancei sobre o teu jardim; extasiar-me com o teu olhar disperso, quando das incessantes palavras de amor que ao teu ouvido ousei dizer; maravilhar-me pela tua entrega ao gozo, no ilimitado prazer de se estar com quem se ama.

Se um dia te surpreendi, a te mostrar esse lado que nem mesmo eu conheço, que me incendeia e apaixona, foi por você existir, nas teias dessa minha vida louca.  

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Esse tal de amor...

O amor é a cachaça da vida:
quando o descobrimos, nos embriagamos, e por sua causa, cometemos as mais imprevisíveis loucuras.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Monólogo do Desejo

Monólogo do Desejo (trecho)

Fugaz é a desilusão diante de um sorriso teu! Na efêmera vida, uma linha tênue separa o dom de acolher, do desprezo voraz. Das escolhas, frutificam as essências, fortalecessem-se os sonhos e constroem-se os destinos. Que destino o seu: empacar em um campo deserto e infrutífero, a esbravejar sobre Gaia. Infeliz, a querer ofender o mundo maltratando a si mesma...

Da alvorada ao ocaso, a escuridão da noite insiste em ocultar os meus passos. Cadê a energia que sempre me rondou e que me impulsiona? Disseram-me que em algum lugar do mundo, podem-se ver estrelas, e cores, tão dispersas, de uma beleza tão infinita e indecifrável, a provocar lágrimas de euforia. Talvez seja o meu coração, a irradiar luz ao crepúsculo da sua imagem, refutando as suas atitudes vadias.

Enquanto se esbalda nas suas arbitrariedades, acumulo tristezas e transformo-as em melancolia. Mexo em tudo que não me condiz e atiro ao léu. Vomito as minhas vinganças, como se o mundo quisesse ouvir os meus desabafos e lamentos. Sei que não sou capaz de seguir só, mas também não serei capaz de ficar. Mergulho em ti então, destino, e em tuas mãos me entrego.

Não sei como pude ser tão pequeno, diante da tua grandiosidade. Ao te deixar partir, parti de mim mesmo, e me pus a admirar a minha própria ruína. Matei em mim aquilo que mais gostava, morri e espalho meu incessante mal querer em meu caminho. Planto daninhas e colho seus espinhos. Assim, me deleito e trago comigo a minha própria desgraça.

Não há louros em partir, ou em deixar partir, somente culpa. Quisera eu te-la aprisionado, contado mentiras e feito promessas, te-la iludido com meus absurdos, enclausurado-a em minhas fantasias, te-la suportado mais, até desgostar da tua presença, mas minhas verdades não me permitiram. Desde então, vago a desejar o teu sorriso, a procurar um olhar teu, na imensidão vazia.

O brilho divinal em seu profundo olhar traduz a esperança, que incendeia e anima. Ainda hei de recostar sua cabeça em meu peito, a te contar histórias engraçadas, e a te ver crescer, junto a mim. Hei de aprender contigo os encantos do sonho e da vida. Hei de prosperar, em meio à míope lucidez dos meus sentimentos.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Qual é o tamanho do seu amor?


Falam por aí, que não se pode amar simultaneamente! Mas se o amor é etéreo, espontâneo e sincero, e é fruto da admiração, do respeito, do carinho e do afeto, por que não se pode amar muito e ao mesmo tempo?

Confunde-se, e generalizam-se as escolhas entre homens e mulheres, a entrega da paixão e a cumplicidade, a relação amorosa que brota da intimidade entre duas pessoas, com o sentimento de amor, apesar de ele estar presente. Eu amo muitas pessoas com as quais convivo, assim como amo estar presente na vida delas. Amo respirar o ar da Ilha do Mel, assim como amo os Rolling Stones, meu vaso de violetas, e o filme “Cidade dos Anjos”, o qual já assisti uma dezena de vezes. Admiro Patrícia Poeta, mas não a amo, como Luis Fernando Veríssimo ama, mas amo Charlize Theron, mesmo que platonicamente. Sofro com isso tudo, assim como me elevo, e me conforta todo esse amar.

Às vezes me pergunto o porquê queremos, ou temos que buscar tantas explicações para os nossos sentimentos. Simplesmente o fato de sentir não basta, precisamos mesmo justificá-los? Penso que buscamos muito mais reforços para aquilo que sentimos, do que realmente damos oportunidades para sermos invadidos pelos bons ventos, e assim dissimulamos, pela falta de tempo, ou de sensibilidade. Ativamos nossas carapaças a todo o momento e seguimos em frente, na vida...

Estamos ficando duros demais, pois assim é a vida! Mas será que a vida precisa ser dura mesmo...,  assim? Dizem que somos amados tanto quanto amamos..., qual é o tamanho do seu amor?


Namastê!

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O Amor do Poeta


A paixão é uma inquietude da alma, lírios a perfumar os caminhos das pessoas que se querem bem, que se completam. Sob o manto azul do céu, repousam sonhos, afetos compartidos em cápsulas de alegria, a eclodir esperanças, a brotar felicidade..., o ópio da vida!

O limite é intangível, e tergiversar à tua ausência é vapor, é entorpecer à tua presença. Vida de opostos, yang e yin, homem e mulher, que se complementam e seguem, ou deixam seguir. O absurdo negro da razão é a anti-matéria cartesiana, a anular o desejo, e o amor. Mate a paixão, como incapacidade do insensível destino, então subtraia o amor, e colha desilusões e sofrimento.

Da tua lâmina fria, hei de fazer escorrer lágrimas de solidão. Da tua espada, um instrumento da dor, a verdade do amor. Da tua luz, uma fronteira para a alma. Contraditório da paixão, o amor é eterno, mata-se e morre-se nas suas entranhas. Tais quais mártires do amor são os poetas, que matam e morrem a cada momento, e por isso vivem!

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Lamento


A vida é um lamento só,
lírico roteiro poético,
clichê de corações sedentos,
no pulsar da impulsividade.

Quem diz que têm,  não têm,
quem diz que faz, não faz,
quem diz que viu, não viu,
quem diz que sabe não sabe.

Quem não diz nada, não sente,
quem diz que sente, não mente,
quem mente sofre, doente,
na vida que é dor pungente.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

A Brisa da Saudade!


Sempre que você se movimenta, parece estar envolta por uma bruma leve, de ternura e paz. Tua presença me acalma, e o teu olhar me acolhe. Ao me tocar, com uma caricia suave, tenra, minha alma se eleva, inunda-se de amor. Um incondicional afeto me encobre e eu me sinto protegido. No meu silêncio, o encanto, do prazer e do gozo.

Meu desejo é estar sempre ao teu lado, contando estrelas, enquanto paro o tempo para te admirar. É me enlaçar em teu corpo, destituir os teus e os meus medos, a querer-te eternamente. É abrir o meu coração, para que a volúpia da paixão tome conta dos nossos destinos. É te olhar de frente, e a cada gesto teu, lhe entregar o meu desmedido amor.

Ainda que não seja possível, e que a tua ausência me revolte, alvitrar do teu sorriso me conforta. Sempre que o inverno invade meu peito, o calor das lembranças tuas me aquece, e solidifica ainda mais os meus desejos. Transformo cada dia em uma nova esperança, e acalmo meu templo ao insurgir contra a tua distância.

Abro as janelas da minha vida e deixo a brisa da saudade entrar, e a cada suspiro meu, uma dádiva, pois recordar você, ainda é o meu alimento. Sempre que um vazio toma conta de mim, me vejo a colorir meus passos e a preencher meus pensamentos com flores, para que as cores e o perfume das flores anunciem a tua chegada.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Meias Verdades


Ainda que seja tarde demais, impor a verdade, acima de tudo, é o melhor caminho para a leveza da alma!   

Meias verdades e mentiras podem ser instrumentos para a quietação dos ânimos, ou para acalmar anseios, ou ainda para proferir a paz. Podemos adiar um desfecho, protelar, ou criar um final, ao nosso gosto. Sôfregos por um desenlace feliz, veneramos o resulto, seja a que custo for. A natureza humana sempre nos impôs a aceitarmos as coisas que nos façam nos sentirmos melhores, ou que justifiquem as nossas verdades, e inclusive as nossas mentiras.

Qual o peso que estamos dispostos a carregar? A sensatez nos impulsiona à felicidade, muito mais intensa quando o fardo é menor, já que ao ponderarmos as nossas responsabilidades, imputamos a nós mesmos nossas verdades, meias verdades e mentiras. Na nossa bagagem, enganos, fantasias e ilusões contrapõem-se aos princípios e às conformidades.

Qual o preço que estamos dispostos a pagar? Ao nos sentenciarmos, entre êxitos e maus êxitos, o remorso pela vitória ou pela derrota. Uma dúvida pungente, uma linha tênue entre o certo e o errado, entre o bem e o mal. Pesará sobre o nosso destino o entendimento sobre nós mesmos, sobre o queremos conservar. Um julgamento de cada um, à sua consciência.

Novamente escolhas, encruzilhadas a orientar o nosso destino. A carícia pode refutar a afetividade, assim como a boa intenção pode refutar a boa-fé. Ao mascararmos um desígnio, damos liberdade ao outro, enquanto nos aprisionamos. Satisfeitos, brindamos ao bem estar do outro, enquanto ingerirmos vagarosamente os logros à nossa própria existência.

Ser feliz ou fazer feliz?  Ser feliz é fazer feliz?  


Namastê!

domingo, 8 de agosto de 2010

A Letra - Pai

Pai
(Fábio Junior)

Pai!
Pode ser que daqui a algum tempo
Haja tempo prá gente ser mais
Muito mais que dois grandes amigos
Pai e filho talvez...

Pai!
Pode ser que daí você sinta
Qualquer coisa entre
Esses vinte ou trinta
Longos anos em busca de paz...

Pai!
Pode crer, eu tô bem
Eu vou indo
Tô tentando, vivendo e pedindo
Com loucura prá você renascer...

Pai!
Eu não faço questão de ser tudo
Só não quero e não vou ficar mudo
Prá falar de amor
Prá você...

Pai!
Senta aqui que o jantar tá na mesa
Fala um pouco tua voz tá tão presa
Nos ensine esse jogo da vida
Onde a vida só paga prá ver...

Pai!
Me perdoa essa insegurança
Que eu não sou mais
Aquela criança
Que um dia morrendo de medo
Nos teus braços você fez segredo
Nos teus passos você foi mais eu...

Pai!
Eu cresci e não houve outro jeito
Quero só recostar no teu peito
Prá pedir prá você ir lá em casa
E brincar de vovô com meu filho
No tapete da sala de estar
Ah! Ah! Ah!...

Pai!
Você foi meu herói meu bandido
Hoje é mais
Muito mais que um amigo
Nem você nem ninguém tá sozinho
Você faz parte desse caminho
Que hoje eu sigo em paz
Pai! Paz!...



Pai - Fábio Junior
Pai - Fabio Junior 1979

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A Letra - Rosa de Hiroshima

Rosa de Hiroshima
(Vinicius de Moraes)

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas, oh, não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa, sem nada

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Um toque na alma...


 Sem ao menos perceber, sou tocado por uma brisa suave e encantadora. Uma acolhida, um mimo, de acalento e afeto. Um afago, de pura ternura, que me eleva!

Conforta-me saber que na minha vida, assim como na vida de todos nós, existem pessoas que nos fazem a diferença. Pessoas próximas, ou que, por mais distantes que estejam, nos desejam o bem, nos querem ver felizes e bem sucedidos. Anjos, que nos impulsionam e encantam, e somente o fato de sabermos que elas existem, nos fortifica.

Tocar a alma de alguém, ou ser tocado, é uma dádiva, um presente que cada um carrega consigo nas suas possibilidades. Faz-se um simples gesto, mesmo que involuntário, e perfuma-se o caminho de outra pessoa. Fala-se uma simples palavra e isso transforma as expectativas do outro. Alavanca-se sonhos, e inunda-se de nobreza e sentido a vida.

A nossa capacidade de amar, transforma, e a nossa disposição em compartilhar o amor, ilumina. Se pensarmos que cada lágrima que derramamos incentiva um recomeço, cada sorriso que lançamos encoraja um novo passo, e cada abraço que dividimos nos engrandece e nos torna mais felizes..., somos plenos. Esse é o nosso dom, de sermos humanos...

Agradeça muito o fato de conviver com essas pessoas, e tenha a certeza de que, assim como elas fazem a diferença em nossas vidas, de alguma forma, também fazemos a diferença na vida delas.

Namastê!

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Ausência

Ausência..., dia de silêncio, dia vazio! Dia 03 de agosto, dia de condensar e dissipar a dor, dia de respeitar-me, de me calar, por amor-próprio!