segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Crônica de um Sofrimento - Ato I

Mais um dia clareou e ela novamente não se deu conta de que as horas, os minutos e os segundos passaram, deixando somente as vivências. Os próximos, trarão novas chances para se dar sentido a todas as coisas trancafiadas nas gavetas da alma. Escolheu ficar, recolher-se, assim como tem feito nos últimos meses.

Cobrir o rosto com a fina manta acrílica e esperar, fechar os olhos para a vida. Como se as soluções para todos os seus problemas fossem surgir do nada, em toques de mágicas. Simples mágicas! Ainda prefere olhar a vida da cama, esquecendo-se, que da cama, ou do quarto, ou da janela, ou da porta para dentro, o mundo é muito menor do que para fora. Que as oportunidades estão lá, assim como as chances de ser feliz.

Falta-lhe energia, falta-lhe fé, falta-lhe coragem. Falta-lhe a humildade de segurar as mãos que lhe estão estendidas. Escolheu o lamento e a dor, e usa das suas últimas forças para negar, imputando àqueles que tanto lhe querem bem, uma culpa, um desvio, um pesar. Todos choram, baixinho, e escondem as suas lágrimas, pois entre a realidade e o glamour, não cabem sofrimentos, não os verdadeiros...

Resignação à conformidade. Foi deixando a vida passar e agora não se sujeita às suas contrariedades. Sofre..., solitariamente sofre, silenciosamente sofre, absurdamente sofre! Escolheu sofrer...

Uma espera dolorida e sem fim...

Crônica de um Sofrimento - Ato II

Já trabalhei demais nessa minha vida, aceitei desafios e fiz acontecer. Minha alma dominadora sempre ditou as regras, e como tudo deveria ser feito. Pouco me importei com quem estava ao meu redor, muito menos ao meu lado, pois era um preço a se pagar, e eram os outros. Ser simpática bastou, sempre acreditei nisto, pois aprendi, assim, a não fechar as portas. A mim foi designado esse destino, que aceitei plenamente.

Tantas vezes eu quis ser diferente, mas me faltou a coragem. Optei por esconder-me atrás de uma cortina de purpurinas, como se a vida fosse feita somente de futilidades. Agarrei-me nas poucas oportunidades que me foram dadas e criei um universo meu, e de poucas pessoas, com as quais compartilho minhas superficialidades. Guardo comigo as minhas lágrimas, e os meus sofrimentos mais profundos, derramo-os em meus travesseiros.

Nunca entendi as pessoas e o porquê são tão diferentes de mim. Se ao menos fossem iguais, tudo seria perfeito. Não teria que aceitar aquilo que não me é conveniente. Preciso me manter aceita. Hoje, participo, dou muitas risadas, e mal percebem o quanto me angustia estar distante dos meus propósitos, dos meus sonhos. O quanto quero mudar...

Raiva, claro! Por que fui ser tão impulsiva? Se ao menos ficasse em silêncio e me curvasse à evasão dos meus sentimentos, preservaria alguns poucos momentos bons. Poderia contar aos outros minhas pequenas façanhas, as quais fazem com que a minha vida tenha graça, tenha vida!

Minha vida está passando e eu pouco fiz....

Crônica de um Sofrimento - Ato III

Ainda não entendo porque as pessoas fazem essas coisas, e porque isso acontece justamente com quem tanto amamos. Ao vê-la envolta em suas cobertas, com uma voz cadente, com um vazio fugaz, fico apavorado... Minha tristeza se propaga por meu corpo e minha insanidade se agrava. Ela não me deixa entrar, me sinto impotente...

Esse pensamento que não se esvai. Pela minha cabeça transitam todas as virtudes, e todos os pecados. Todas as vontades lascivas e todo o pudor. Deveria deixá-la, para que sofra muito, e para que sofra só... Se eu não souber de mais nada, talvez a minha alma acalme os meus sentimentos nocivos. Não consigo!

Queria poder tocá-la, alçá-la aos mais nobres sonhos e trilhar caminhos menos tortuosos, para que pudéssemos então, encontrar o que tanto procuramos, e sermos felizes, imensamente felizes! Não posso, pois ela não nos deixa nos aproximarmos. Hoje, somos tal qual vampiros, sugando a energia um do outro, trocando gotas de luz pela mórbida escuridão. Matamos aos poucos um grande amor...

Tal qual parte única, ela assim habita a minha vida, e eu a dela. Somos donos de um mesmo destino, que tanto relutamos em aceitar. Partes únicas que não se aceitam. Partes únicas que não se enxergam. Partes únicas que não se entregam. Partes que sofrem...

Nem que nos violentássemos, poderíamos nos expulsar de nós mesmos...

sábado, 29 de agosto de 2009

Soneto do Maior Amor

Maior amor nem mais estranho existe
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre, fica triste
E se a vê descontente dá risada.

E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
Mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.

Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
Ferir a fenecer - e vive a esmo

Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo

Vinicius de Moraes

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Quem já não sofreu por amor?

Uma desilusão amorosa é uma das causas dos maiores sofrimentos para as pessoas, na medida em que o rompimento, como a própria palavra diz, dilacera, despedaça, destrói. O desamor provoca a resignação, os sentimentos de raiva, indignação, frustração, desilusão e dor, além da famosa “dor de cotovelo”.

Independente do estilo, as letras de músicas reproduzem, em sua grande maioria, histórias de amor. Histórias da perda de um grande amor! Nesse universo, Lupicínio Rodrigues, compositor nascido em Porto Alegre, em 1914, destacou-se. Sua sensibilidade em retratar as traições e as mágoas ganhou notoriedade, e canções como Nervos de Aço, Vingança, Volta, Nunca, entre tantas outras, ainda hoje levam muitas pessoas às lágrimas, e ao inevitável porre!. Ele tinha três grandes paixões: a música, o bar e as mulheres.

Não se pode atribuir a ele a expressão “dor de cotovelo”, mas certamente ele era um dos grandes incentivadores. Segundo a história, o termo foi criado em referência à desilusão amorosa, onde o sofredor se recolhia aos bares e apoiava o cotovelo no balcão, lá permanecendo por várias horas, a ponto de o cotovelo doer. Para Lupicínio, existiam três tipos de dores de cotovelo: as “federais”, que exigiam uma embriaguez total para curá-las, as “estaduais”, que eram suportáveis e o tempo as curaria, e as “municipais” que não poderiam servir nem mesmo para inspirar a composição de um samba.

Lupe, como era chamado desde criança, morreu em 1974, mas as suas músicas ficaram eternizadas. Inspiram lágrimas e brindes e retratam a razão da permanência de muitas pessoas apoiadas em um balcão de bar.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Amor virtual?

Um pouco me assusta o fato do exponencial crescimento das pessoas solitárias, que buscam, virtualmente, encontrar soluções para acalmarem os seus inquietos corações. A Revista Veja tem trazido, nas últimas semanas, algumas reportagens sobre o assunto, e aos menos preparados, o tema é bastante delicado! Como entender uma pessoa que possui mais de 2.000 amigos virtuais, mas que na vida pessoal não consegue conviver com mais de 15 ou 20 pessoas? ... ou ainda, a obsessão por encontrar novos relacionamentos virtuais, sem ao menos ter a intenção de conhecê-los pessoalmente?

Deixando de lado os perigos, ou os cuidados que devem ser tomados ao se conhecer pessoas através da web, realmente não sei bem como tratar o tema: quebra de paradigmas, uma nova onda, ou insanidade. Talvez uma mescla de todos!

O ser humano sempre teve uma queda pelo desconhecido, grandes curiosidades sobre o oculto e uma excitação pelo perigo. Ao menos aquelas pessoas que estão vivas, nas quais pulsam uma energia incontrolável, ou algumas vezes latente, que quando se dissipa as eleva às alturas e dá um pleno sentido à vida!

Insatisfações e obscenidades, como a traição ou outros delitos ainda mais graves, fazem da internet um campo próspero para abusos. Conhecer alguém, brincar, trocar elogios e até relacionar-se, pode ser uma prática sadia e segura, desde que algumas regras sejam observadas. A primeira regra, é o entendimento de que nenhuma relação virtual substitui o afeto e o carinho de uma relação pessoal. O toque, o abraço, o beijo, as cócegas..., são sensações únicas, que nos fazem nos sentirmos vivos, prontos para novos riscos e para novas vivências. Outra regra fundamental é ter muito claro o que se quer com relações assim, para evitarmos as frustrações, frutos de interesses difusos. Ainda, caso realmente se esteja buscando conhecer alguém, devemos agir com maturidade, naturalidade, transpondo a relação do mundo virtual para o real, sem prejuízos emocionais, e encontrando pessoas que queiram você como você realmente é, sem fantasias.

Conheço pessoas próximas que se conheceram de forma virtual, se apaixonaram no mundo real e vivem felizes, muito felizes! Assim como outras, cujas expectativas não se confirmaram. Tenho feito boas amizades, ao conhecer pessoas na rede, e acho que pode ser uma forma de se vencer algumas barreiras, como o medo e a timidez, na busca de se fazer novos amigos, ou encontrar um grande amor.

Lembre-se, a web e as redes sociais estão presente nas nossas vidas, não podemos ignorá-las. Assim como em todo o mundo, existem pessoas mal intencionadas, porém a grande maioria, são boas pessoas, procurando se relacionar com boas pessoas. È assim na rede e é assim na vida real. Sejamos bem vindos à modernidade!

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

As escolhas!

Nossas vidas estão baseadas nas nossas escolhas, que são decisões únicas, unilaterais, que nos alçam às novas experiências, e que nos impulsionam ou limitam. Sou um bom observador, e no meu círculo de amizades percebo claramente as atitudes dos amigos, como fruto de decisões ou de escolhas, com o objetivo único de seguir na rota da felicidade. Não os julgo, pois não me compete; estimulo-os, sempre que solicitado a opinar, incentivo-os, quando percebo que as dificuldades tentam restringir os seus sonhos.

As pessoas tendem a se aproximar de pessoas com as quais tenham afinidades. Penso que as relações de amizades estão baseadas na confiança. Também, que a construção de uma relação duradoura, exige muita paciência, diálogo e compreensão, para se entender e aceitar as diferenças do outro. Por fim, que a maturidade nos traz a certeza do quanto ser tolerante é bom, ainda mais ao olharmos o passado e percebermos que este valor nos permitiu trazer conosco uma infinidade de pessoas, com as quais caminhamos juntos, nos lamentando, sorrindo ou brindando.

Nem sempre as escolhas que tenho feito, têm me trazido os resultados que desejo, pois às vezes ouso demais e me atiro em universos desconhecidos. No obscuro da vida, me permito mergulhar em novas experiências, boas e ruins. Para mim, viver é isso, pulsar! Cresço com os sucessos e com os insucessos e não me arrependo, pois, se necessário, sempre existirão oportunidades para se fazer diferente. Minha vida tem sido de acertos, apesar dos erros! Porém, sou o único responsável pelas minhas decisões. Temos que confiar em nós mesmos...

Namastê!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Aconteceu...

Por força do hábito, temos entendido o pavor como uma expressão ligada a sentimentos ruins, frutos de situações desagradáveis. A primeira vez que a vi, senti um pavor. Minha respiração alterou-se, meu coração disparou, minhas pupilas dilataram e minhas pernas tremeram. Gelei. Jamais havia sentido algo assim..., um turbilhão de indecifráveis emoções. Entrei em choque...

Entendi que ali estava tudo aquilo que buscava, se é que buscava algo. Sem sequer saber seu nome, ou quem era, sem sequer dirigir-lhe uma única palavra, sem sequer reparar a sua celestial beleza, sem sequer indagar-me sobre nada, encantei-me e encontrei-me. Perdi a lógica e o raciocínio... Lembro-me como se fosse hoje, e foi a sensação mais maravilhosa que já senti em minha vida!

Encontros assim, não ocorrem ao acaso, não com essa intensidade, não com essa certeza. Inesperado encontro, somente meu, que enraizou em meu peito um caleidoscópio, que me provoca as mais absurdas reações, sempre inexplicáveis, que me fazem pulsar absurdamente. Sinto pavor até hoje. A cada momento, e a cada lembrança, minhas pernas tremem e meu coração ainda dispara. Adoro isso!

Não existem explicações para os sentimentos, simplesmente sente-se. Não existem explicações para a paixão, simplesmente acontece. Não existem explicações para o amor, simplesmente surge. Brotam como uma nascente, renovando o espírito e a alma e jorrando vida em nossas sinuosas vidas.

Quando acontece, simplesmente, não existem explicações. Quando você percebe, já aconteceu!

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Mulheres! "A Louca!"

Aqui estou eu, novamente, falando das mulheres! Não sei se é desejo ou obsessão, mas a realidade é que, independentemente das características, mais ou menos acentuadas, elas são maravilhosas! Quem não concorda com esta afirmação que me desculpe, já que cada um se apega naquilo que lhe encanta. Uns se apegam em selos, outros em carros velhos, outros em futebol de botão, outros preferem outros... Eu sou verdadeiramente apaixonado por elas!

Diante de insistentes pedidos, juro que tenho tentado escrever definições sobre os homens, mas os assuntos não fogem de controle remoto, futebol e cerveja, recaindo novamente em mulheres. Homens realmente são sem graça, condicionados e repetitivos. Ufa..., mesmo às vezes nos odiando, ainda bem que as mulheres gostam muito da gente, pelo menos grande parte delas!

Assim, voltando às definições de Mario Kostzer, em seu livro “Tratado sobre Mulheres”, e para finalizar a minha insistente divulgação dos vários comportamentos “delas”, até para não criar inimizades, trago o estereótipo da “louca”. Acredito que todos os homens, em algum momento da vida, já tiveram a oportunidade de se apaixonar por uma mulher assim, e certamente experimentaram uma nova sensação, talvez implícita, mas incrível e inesquecível: o desejo de matá-las. Na minha experiência pessoal, confesso: mesmo adorando-as, por pouco escapei de ser um homicida!

A Louca

Certamente a mesma coisa que lhe agrada na louca é aquilo que mais a desagrada. Imprevisível. Irascível. Simpática e antipática. Fogosa e frígida ao mesmo tempo. A louca é várias mulheres em uma só, embora você não deva achar que por ter uma delas tem várias mulheres. Não se sinta polígamo. Sua vida pode acabar sendo uma tortura já que ela vem sem o manual que lhe diria que papel assumir ou como fazer para desativá-lo. Descobrir isso implica sérios riscos para sua saúde mental.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sorrir exige talento!

Diz-se que “rir é o melhor remédio”, mas após duas horas em uma aeronave, em um vôo que não durará menos do que cinco, ainda mais no retorno, para casa e para as rotinas, não é tão estimulante assim. Passado algum tempo, parece que o relógio para, e cada minuto demora uma eternidade. Não tem mais graça, a monotonia toma conta e por mais que você se esforce, entre os lanchinhos e a sintonia dos canais de música, rir, torna-se cada vez mais difícil.

Estive pensando o quanto deve ser complicado para elas, lindas, vistosas, muito bem treinadas, com aqueles belos sorrisos e gentilezas. Além de maquiagem, elegância no andar e sobrevivência na selva, certamente “como sorrir” deve fazer parte do portfólio de capacitação, ainda mais em um universo desconhecido, onde o “outro” é sempre um estranho, mas que pagou a conta. Os manuais de qualidade de serviços, sempre denominam os estranhos que pagam a conta, como clientes, preferenciais.

Lembro de Aline, uma amiga, linda, com seus grandes olhos verdes. Era aeromoça da Varig, para vôos internacionais. Na época, uma posição muito desejada no universo corporativo desse segmento. Aline não fazia força para sorrir, pois irradiava simpatia. Uma bela amiga! No apartamento dela, tomei meu primeiro porre com Jonny Walker Red, pago pela Varig, em meio às diversas histórias, de como se livrou, ou se vingou, daqueles clientes engraçadinhos e inoportunos, e como fazia para se manter sempre cordial. Não descia do salto nunca!

Hoje, neste vôo, em que estou, há 152 passageiros à bordo, e elas, apaixonadas pelo que fazem, pacientemente, simpaticamente, sorrindo e agradecendo um a um, repetidas vezes... Na entrada, na hora do lanche, na coleta do lixo, na entrega dos fones de ouvido, na nova passada com refrigerantes, na entrega de revistas e quando aqueles “estranhos” apertam o chamado, para fazer perguntas pouco usuais, como: “quantos passageiros estão à bordo?”...

Não sei bem, mas talvez exista um compartimento de bordo onde elas possam gritar, extravasar e livrar-se da tensão, e ali guardarem energia, tal qual naquela animação, onde monstros recolhiam os gritos das crianças transformando-os em energia para o planeta deles. Quem sabe, em breve, possamos deixar a dependência dos combustíveis fósseis na aviação comercial...

Deixando as brincadeiras, quero realmente ressaltar o talento das aeromoças e comissários. Haja paciência! Sei que cada profissão exige comportamentos e atitudes diversos. Também, que cada um faz as suas escolhas, e assim aceita conviver com as exigências das funções assumidas. Isso é bom, pois sempre existe tempo para se mudar de profissão, quando a adaptação torna-se difícil, ou quando o esforço para a realização das atividades, supera os ganhos.

Apesar de tudo, acredito mesmo, que sorrir seja um santo remédio, desde que se sorria espontaneamente.

sábado, 15 de agosto de 2009

A vida vale à pena!

É natural do ser humano estar sempre associando o seu cotidiano às catástrofes, muito mais do que às benesses. O que dizer do medo do terrorismo, diante de tantos ataques pelo mundo afora, dos acidentes aéreos, das gangues e quadrilhas organizadas, da violência doméstica, da extinção das florestas, do bug nos computadores e tantos outros? O que fazer? Sair de casa? Melhor desconfiar e sumir...A mais recente das aterrorizadoras catástrofes é a gripe AH1N1. Percebe-se claramente no olhar das pessoas, o quanto estão apavoradas.

Estou em viagem, juntamente com meu filho, rumo à Fortaleza, para a comemoração do aniversário de 80 anos, de uma grande e querida pessoa..., meu Tio! Escrevo esta postagem do interior da aeronave, um Airbus, do mesmo modelo daquele envolvido na tragédia de Congonhas, há meses atrás. Percebe-se claramente que as pessoas estão desconfortáveis, tensas..., desconfiadas, desconfiantes. Aos menores solavancos, no tossir, na carência de informações, parece que o pânico habita as mentes e remete todos a um estado de alerta, absurdo.

Ainda me preocupa, o fato de que as pessoas são induzidas, ingenuamente, pela mídia, a retro alimentarem esse processo. Comentam exaustivamente os assuntos ruins, muito mais do que os bons. Eis a razão de estarmos submersos à desesperança! Acordamos, nos alimentamos e vivemos sob esse negro universo, esse medíocre pano de fundo. Alteramos os nossos comportamentos de forma drástica ao imaginarmos que estamos em uma roda viva, ou melhor, morta.

Tenho sentido uma dor e uma preocupação, pelo fato de não conseguirmos romper esse elo rígido, dessa corrente que nos amarra ao fundo do poço. Penso que o grande passo para nos libertarmos é darmos as mãos e seguirmos juntos, em uma corrente do bem, atravessando essa lama de terror, para nos exaltarmos e brindarmos à vida!

Depende de nós, pois a vida vale à pena!

Que amor é esse!

amor
gotas de
sentimentos
oceanos de
emoções

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

A dor de um desamor!

Como é difícil ainda te amar..., sonhar todas as noites contigo e acordar com muitas saudades, e com poucas esperanças de te ver de novo. Conto repetidamente os dias, as horas, os minutos e até os segundos. Às vezes, tenho a impressão, e quero acreditar, que a dor diminuíra e que a vontade de estar ao seu lado vem passando; que as lembranças vão encontrando o seu encaixe e que o sombrio preto e branco da vida começa a adquirir cor e brilho. Mentira!

Não há limites para a dor e a mágoa, nem para o amor e o desejo; planos que nunca se encontrariam, se os sentimentos fossem mais puros e verdadeiros, se as escolhas tivessem sido adequadas e se a impulsividade não marcasse tanto uma relação intensa. Devolver presentes, cruel, pungente, tal qual um último golpe, uma negação ao afeto, como se não tivessem havido momentos mágicos, majestosos.

Intromissões de outros, por meros interesses, conselhos vazios, ressentimentos. O resgate de um passado ruim. Insegurança de um coração machucado. Diante do medo do novo, de entregar-se e de viver, trai-se os próprios sentimentos, congela-se as emoções, sepulta-se as possibilidades, impede-se o desabrochar e enterra-se um grande amor. Faz-se de conta que tudo caminha bem...

No balanço, algo para não se esquecer nunca: uma só certeza e muitas dúvidas, o fim e as razões, ou a falta delas. Um sonho desfeito violentamente, um sofrimento fervoroso, uma ferida que não cicatriza, uma intermitente dor, uma imensa frustração e revolta. Uma amizade esfacelada, delidos o carinho e a admiração. Um mergulho profundo na lâmina fria da sombria solidão. Uma ranhura na alma, um desamor!

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

O Furacão!

Compartilhar os sentimentos e as experiências é a missão deste blog, e não posso deixar de comentar sobre o filme Hurricane – O Furacão, de 1999, com o excelente Denzel Washington no papel principal, que assisti ontem na HBO. Já havia assistido anteriormente, mas sempre que refazemos um mesmo percurso temos a oportunidade de melhor apreciarmos, nos aprofundarmos, percebermos detalhes e extrairmos o júbilo da experiência.

Na história, verídica, da década de 60, Rubin Carter é um lutador de boxe que ascende rapidamente na carreira, mas seu passado é bastante crítico, sendo então, injustamente, acusado de um triplo homicídio. Cumpre quase vinte anos em uma prisão estadual. Durante o período em que está sob a custódia do estado, por diversas vezes tenta a liberdade. Vários ativistas e artistas da época tentaram intervir nos julgamentos, mas foram ineficazes, entre eles Bob Dylan, que fez um protesto em forma de canção – Hurricane (http://www.youtube.com/watch?v=26YnlOwUq-Y). Em meio às reflexões profundas sobre o sistema, sobre a vida e sobre a sua própria pessoa, corre o drama, e foi aí que me encantei, nos detalhes...

Um dos termos que Hurricane utiliza, é de se designar “o senhor do tempo” e a partir daí isolar-se do mundo exterior e voltar-se para si mesmo, por acreditar que não deveria fazer parte de um injusto sistema. Uma fuga para dentro de si, para amenizar a tamanha revolta e dor, a vulnerabilidade e a frustração. Associei a Goethe, em sua obra “Os Sofrimentos do Jovem Werther”, que li recentemente, onde diz “Meto-me dentro de mim mesmo e acho aí um mundo!”. Fantástico!!!
Pode-se perceber no filme, além dos preconceitos e da injustiça, os valores, a solidariedade, o amor, o afeto, o sonho - situações cotidianas, que estamos acostumados a presenciar e participar e que se estivermos dispostos a refletir sobre elas, podem fortalecer as nossas atitudes. Ainda, associando à vida real, as inconstâncias, as frustrações, a persistência, as amizades e a vitória. Se conseguir dissociar do americanismo do cinema, torna-se muito proveitoso.

Penso que todos nós seguimos uma jornada e não existimos para o fracasso. Também, que as derrotas são um trampolim para conquistas ainda maiores.

Recomendo o filme, mesmo tendo contado um pouco da sua essência, e a reflexão!
(Postado no Colarinho, na sensibilidade e na moderidade do Bar)

domingo, 9 de agosto de 2009

Amizade!

Algumas imagens nos dizem tudo!

sábado, 8 de agosto de 2009

A arquitetura dos sentimentos!

Na arquitetura dos sentimentos tentamos racionalizar as nossas emoções, atribuindo culpas e desculpas, ou explicações vazias. Sentir o amor e o afeto, a dor e a perda, a euforia e o conforto, é simplesmente sentir. Dar vazão àquilo que temos de melhor e mais puro em nós mesmos, aflorar a sensibilidade, entregar-se a si próprio, elevar-se.

Na arquitetura das emoções não existem especialistas, magos ou gurus, mas sim cada ser único, cada qual com o seu querer, com o seu momento, com a sua intensidade, com os seus desejos, explícitos ou implícitos, se permitindo mergulhar na imensidão tenra e terna da alma ao fazer as suas reflexões e as suas escolhas. No revés das emoções, o vazio da escuridão.

Na arquitetura dos especialistas não existem emoções, mas sim perdas e ganhos, razão para se acumularem bons e maus momentos e adoecer com eles. Buscar explicações para o inexplicável, sofrer com a ausência de racionalidade, embalsamar os sentimentos, e em uma gaveta escondida guardá-los, para então subtraí-los nas horas mais adequadas, quando nos faltarem vicissitudes.

Na arquitetura da vida, os momentos já existiram e serviram ao passado. Ao guardarmos esses sentimentos e ressentimentos, perdemos oportunidades de florescer e não nos abrimos para o novo. Contabilizamos os nossos acertos e erros, as nossas perdas e ganhos, para nos definirmos como bons ou ruins, melhores ou piores. Submergimos na dor, e passamos a meros expectadores dos outros, das suas alegrias e tristezas, tais quais bons artistas, encenando, e não vivendo a nossa própria vida!

É preciso racionalizar as emoções? Para que?

Namastê!

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Sonhos femininos!

Assim como os homens, as mulheres também possuem sonhos e desejos íntimos, que inundam o subconsciente, o que faz com que se repitam com freqüência. Elas não admitem francamente, mas os sonhos femininos permeiam dois aspectos: a segurança e a felicidade.

Sob este prisma, situação financeira, casa, filhos e homens são os preferidos, além da afirmação profissional, da beleza e da competição entre elas mesmas, não necessariamente nesta ordem. Também, os sonhos eróticos, reproduzindo cenas quentes de filmes consagrados, como Instinto Selvagem, entre outros. O fato é que mulheres não seguem padrões! O que dizer do sonho de deleitar-se em um shopping, com um cartão de crédito ilimitado, lógico, ou de galgar posições na carreira, superando seus colegas do sexo oposto, ou ainda de ser a dona de uma casa de praia cinematográfica? Nem sempre os sonhos se realizam, e o importante é que de forma alguma esse tipo de sonho gere uma expectativa excessiva, e vire frustração. Sonhar é maravilhoso...

A fim de ser mais objetivo nesta postagem, questionei algumas amigas sobre o sonho delas, e quase nenhuma quis me contar. Acho que pensam que eu não sou tão confiável assim! Mas George Clooney estava na fantasia de uma delas. Não quis ser indelicado, ou demonstrar ciúmes, tampouco ser desmancha prazeres, mas enviei-lhe uma foto mais atual do galã..., meio fora de forma, para que ela entendesse que não é necessário sonhar tão longe, pois muito próximo pode estar o seu belo presente. Fui deletado e ainda não entendi bem a razão!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sonhos masculinos!

Não é pelos olhos azuis, ou pelo corpo escultural, tampouco pela boca perfeita ou pela forma de se expressar. Muito menos pela história de vida dessa sul-africana, que aos dezesseis anos de idade iniciou a sua vida de artista.

Dramas..., viveu muitos, tanto na vida pessoal, quanto nos filmes que interpretou. Alegrias..., imensas, assim como tristezas. Amores..., teve vários, e escolheu aqueles que quis. Poder..., tamanho, pela beleza, pelo talento, pela fortuna pessoal, mas principalmente pelo carisma. Uma pessoa charmosa, delicada, forte, vitoriosa!

Alguns homens sonham com uma Ferrari ou um Porsche, outros com golfe, outros com viagens exóticas, com safáris. Luiz Fernando Veríssimo sonha com Patrícia Poeta. Alguns sonham em ser salvos por Pamela Anderson. Tenho um amigo, do balcão de notáveis, que há muito tempo sonha com Roberta Close; outro, que um dia seu time medíocre será campeão. Eu sonho com Charlize Theron, mas não sei bem o porquê!

Sonho não se explica. Sonho, simplesmente se sonha!

http://www.charlizetheron.com/


terça-feira, 4 de agosto de 2009

Que amor é esse!

amor
dicotomia
dos corpos cansados
inerência
das almas gêmeas

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Palavras do coração!

Não é difícil de falar sobre as pessoas, ainda mais quando um arco-íris se projeta como um elo entre elas. O difícil é contentar-se com a ausência e com a distância, já que a louca vida, muitas vezes nos remete à corredores longos, que temos que atravessar se quisermos seguir.

Não é difícil de sentir as pessoas, o carinho, a admiração, ainda mais quando o tempo não corrói as relações e ao contrário, apesar das nuances, demonstra que estas estão cada vez mais solidificadas. Tal qual um sinuoso rio, que encontra melhores caminhos para manter-se perene.

Não é difícil de viver as pessoas, as suas angústias, alegrias e tristezas, os sucessos e a luta, ainda mais quando os ombros largos suportam o peso da alma inquieta e irradia-se amor e fé. Sem exigir nada em troca, no abraço mútuo, mesmo no silêncio, tem-se um porto seguro.

Não é difícil expandir-se com as pessoas, basta estar perto, sentir, participar, torcer, incentivar, coibir, rir ou chorar, permitir-se. No palco da amizade permeiam todos os sentimentos, as verdades e o respeito. Conjuga-se com intensidade, o verbo amar.


Escrevi estas palavras em agradecimento a minha amiga Anne, a quem pude abraçar na tarde do último sábado em comemoração ao seu aniversário, mas que partilho, também, com todos os amigos. Sobre essa amiga especial, guerreira, mãe, mulher, artista e coração pulsante, me permito falar, sentir, viver e expandir-me, há muito mais de 20 anos. A alegria e a gratidão que sinto em nos mantermos ligados e sermos amigos é uma benção, um bálsamo que me dá a certeza de que estamos seguindo por caminhos que nos levam aos mesmos destinos.

Que o dom que lhe foi dado com essa áurea, perpetue essa alegria intensa que você traz consigo e que contagia, ao irradiar muita luz!

sábado, 1 de agosto de 2009

A dádiva da vida!

Todos os dias acordo bem..., inspirado..., feliz! Pronto para encontrar pessoas e dar o melhor de mim naquilo que faço. Muitas vezes atrasado, sem dinheiro, com muitos problemas a solucionar, reconheço a dádiva da vida, apesar das suas asperezas. Encanta-me ajudar as pessoas a sorrirem, não simplesmente por uma piada engraçada, para ser agradável e aceito, ou para quebrar o gelo, mas semeando, para que uma corrente do bem se expanda.

Nas minhas reflexões penso muito sobre o quanto as pessoas boas atraem e influenciam pessoas! Penso também no quanto podemos ajudar a transformar o outro e assim transformamos a nós mesmos, em um processo virtuoso e infinito, metamórfico. Sem medos, sem dúvidas, com coragem e ousadia as coisas fluem. As amizades se consolidam, os amores prosperam, a vida segue. Vamos evoluindo em um solo próspero, rico em alegria e satisfação. Adubado com muito amor e afeto.

Um grande desafio meu é conviver com pessoas pragmáticas, que acreditam que sofrer seja o melhor caminho. Passam a vida sofrendo e racionalizando. Lançando aos outros as culpas pelos seus próprios fracassos: o casamento, o negócio, a festa, a casa, a saúde, a vida... - Se o mundo e as pessoas não fossem tão cruéis, eu seria bem sucedido, praguejam! Querem retornar ao passado para fazerem diferente, mas esquecem que aquilo que acontece entre as reclamações sobre o passado e as frustrações projetadas para o futuro se chama vida, que ora escorre pelas mãos e não retorna, nunca!. Sempre existirão novas oportunidades para se fazer diferente, e seguir!

Sei que a escolha do destino compete a cada um, e torço muito pela felicidade dos outros. Diluo as minhas mágoas em luz e carrego comigo um ditado: “O mal que os outros me fazem não me faz mal, o mal que me faz mal é o mal que eu faço”.
Namastê!!