segunda-feira, 30 de março de 2009

Diamantes Brutos!

Somos valorosos, impetuosos, magníficos. Somos raros e desejados. Somos únicos. Nos encontramos nos locais mais inóspitos, mas também à flor d`água. Somos frutos da natureza, desejosos por sermos encontrados.

Ao olharmos para o que somos, enxergamos profundas diferenças entre nós mesmos e aquilo que desejamos ser. Comparamos-nos ao incomparável, uma vez que somos únicos. Ao olharmos atentamente para o que somos não nos enxergamos, pois projetamos em nós o outro. Ao buscarmos nos outros a nossa imagem, nos ocultamos, pois não nos reconhecemos.

Temos uma riqueza imensa, sólida, mas nos atemos à poeira, que ao menor vento se esvai. Esperamos que alguém nos prenda, ou nos solte. Que nos guie ou nos tire dos trilhos. Que mergulhe por nós e que extraia toda a nossa magnitude. Que nos mostre o belo que somos e que não queremos enxergar.

Somos diamantes não lapidados, à espera de alguém que apare as nossas arestas.

sexta-feira, 27 de março de 2009

Botecando!!

Circular pela cidade e Curitiba está ficando muito difícil. Não pelo trânsito ou por questões de segurança, mas sim pela quantidade de opções que a cidade está oferecendo para quem gosta de curtir um bom bate papo em um bar. Isso mesmo, estou falando de happy hour, festa e relaxamento.

Além da grande quantidade, vários bares tornaram-se temáticos, atraindo públicos específicos que possuem afinidades com um ou outro estilo, como mexicanos, irlandeses e os tradicionais botecos. Escolher quando se está só, tem sido difícil. Imagina quando um grupo combina de se divertirem juntos e cada um tem um leque de opções e preferências...

Nos últimos dias estive em três locais, interessantes: Santa Marta, John Bull Master Hall e Hermes. Locais amplos e com um público bastante heterogêneo. Para quem conhece e teve os seus acontecimentos, talvez discorde ou eleve ainda mais os meus relatos.

Gostei muito do Santa Marta. Uma música boa, um cardápio interessante e preços acessíveis, apesar da nossa conta ter ficado salgada – também com o time de peso que estava junto, não poderia ser diferente. Entre atrapalhos e confusões, todos sobreviveram. A decoração é moderna e me chamou muito a atenção a acolhida e o bom atendimento.

Fui ao John Bull, ali no Rebouças, a convite de uma pessoa amiga, para assistirmos ao show da Banda Azeitonas dá um Tempo, da qual o seu marido faz parte. A casa foi totalmente reformada e está muito bonita. O atendimento bom, apesar da pouca quantidade de pessoas presentes. Gostei da banda, que trouxe na retaguarda algumas pérolas da música curitibana, como Glauco no baixo, Mario Conde na guitarra, Saul no trompete e Matoso no sax. Pelo que me explicaram, a banda existe há mais de quinze anos, porém não se reúne com freqüência, pois é formada por músicos amadores que tratam o projeto como um hobby. Tentam fazer planos, mas esbarram nas individualidades. O que me chamou a atenção foi a motivação do grupo, que apesar de realizar poucos ensaios, deu seu recado no palco. Gostei muito, mas lá perdi uma pessoa extremamente preciosa e importante para mim, por minha insensibilidade. Espero reconquistar a confiança...

Falando do Hermes, o bar sempre me intrigou, pois tem alternado shows riquíssimos e maravilhosos, com novas bandas, algumas muito fracas para um público exigente como eu. Gosto muito do atendimento e os amigos sempre fizeram com que eu fosse muito bem recebido. Gosto de freqüentá-lo. O público também é variado e a banda, ou a música, é que tem determinado se você vai encontrar cocotinhas e garotões (ainda se usa estes termos?) ou balzaquianas (os).

Cabe a cada um estar escolhendo o ambiente que mais lhe convém, mas se eu puder externar as minhas preferências, digo que sou eclético.

Bom proveito. Namastê!

A foto do alto é lá no John Bull, com a banda atuando. A de baixo foi tirada do balcão do Hermes.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Poeminha para uma Paixão Louca!!


Teu sorriso me encanta,

Teu beijo me incandesce,

Teu abraço me acolhe,

Teu amor me irradia,

Teu silêncio me angustia,

Tua ausência me anula.

As Escolhas e o Tempo!



Eu sempre gostei muito de inserir um componente místico em minha vida e acredito que grande parte das pessoas também o faça. Acompanhar os movimentos das marés, ou as fases da lua para tomar algum tipo de decisão, olhar o alinhamento dos planetas, ler os signos, acender velas e incensos para purificar os caminhos, meditar muito, são algumas formas de energizar a alma e estimular a mente e o corpo para a ação. Crer e encontrar um apoio espiritual que nos faça bem, nos conforta e nos traz leveza no caminhar.

Imaginar que todos os acontecimentos já estavam previstos, ou escritos por alguém, e que a vida das pessoas segue um caminho determinado é no mínimo instigante. Assim crêem algumas pessoas. Levam consigo uma tranqüilidade invejável. São pacientes, apaziguadoras, serenas. Ousadia e conflito são palavras que não se aplicam. Confronto então, nenhuma chance! Vivem felizes, desapegadas, passam pelo mundo no seu mundo, perfeito. Realizam-se.

Ainda, aqueles, que ao contrário, trazem em seu DNA características transformadoras, provocam mudanças, terremotos, vivem no limiar da saúde e da doença e muitas vezes morrem cedo. Sofrem, lutam e não se conformam. Reescrevem a própria história várias vezes, acumulam e perdem; ganham novamente. Não estão para perder e não se entregam. São felizes também, ao seu modo, e as conquistas os propulsionam ao sucesso, mesmo que momentâneo, e à auto-realização.

Há ainda outras pessoas, que descobrem que queriam ser ousadas mas foram serenas demais, ou que lutaram a vida toda e quando lhes faltam forças, questionam-se se tudo aquilo valeu a pena. Pouco sabem lidar com as frustrações e racionalizam as suas derrotas, culpando aos outros. Acham-se infelizes, mas agora incapazes de mudar a própria história. Lastimam-se e tentam propagar suas decepções ao mundo. Praguejam.

Não existe uma forma melhor ou pior, não existe um modelo ideal, completo. Não existem cartilhas, não existem comparações. Cada um é único e fruto das suas escolhas. Temos muito a fazer e um tempo que nunca corre a nosso favor, por isso a pressa. Millor Fernandes tem uma frase sábia: “Quem mata o tempo não é um assassino, mas um suicida.”. Alguns colocam guizos nos sapatos, outros asas, outros chumbo.

O importante é que aquilo que conquistarmos em nossas vidas seja do tamanho dos nossos sonhos, para então sermos felizes!

Dê-me um simples abraço e lhe mostrarei o quanto posso inundar-lhe de amor!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Os Desafios e as Escolhas!


Os estudiosos dos comportamentos humanos dizem que uma pessoa normal, em média, toma uma decisão a cada minuto. Assim, se excluirmos oito horas de sono, em torno de 960 decisões são tomadas diariamente por cada um de nós, totalizando mais de 350 mil em um ano e em torno de 30 milhões durante uma vida.

Essas decisões variam, daquelas mais simplórias, como mandar consertar a máquina de lavar roupas e evitar de se lavar lençóis na mão, até as mais complexas, como casar, ter um filho ou mudar de rumo na carreira profissional. Almoçar na sogra, abrir a janela de casa, teclar o computador. Comprar maçãs, e por que não bananas? Avançar no sinal vermelho, cortar a calça jeans e transformá-la em uma bermuda..., mas de que comprimento? ... mais uma decisão a ser tomada!

Para todas as situações da nossa vida, estamos tomando decisões, as quais nos favorecem ou de alguma forma nos prejudicam, muito ou pouco. Às vezes protelamos, e assim trazemos uma infinidade de outras decisões que precisaremos tomar.

No último sábado, após convite de amigos, tomei a decisão de ir almoçar no Mercado Municipal, de tomar chopp de uma nova marca (OPA!), lá de Joinvile, de comer um sanduíche de queijo quente e uma porção de mortadela esquentada na chapa e não fria, lá no Maia Box, e de não me importar muito com os acontecimentos do dia anterior, os quais não foram muito animadores. Decidi pagar a conta em dinheiro, trocado, e correr na chuva. De parar no sinal vermelho para roubar um beijo; que não abasteceria o carro naquela hora e correria o risco de ficar sem combustível; que iria ligar para meu filho. Decidi trocar o canal do rádio várias vezes, para fugir dos comentários de alguns apresentadores chatos, e que realmente gosto de música!

Com estas pequenas passagens, minhas, fiquei imaginando a complexidade da vida das pessoas, mesmo quando optam pela simplicidade. Se realmente formos nos ater aos detalhes e relacionarmos por um dia as decisões tomadas, independentemente de boas ou ruins, fica fácil entendermos o porquê da necessidade do nosso organismo desligar por algumas horas e relaxar, mesmo que durante o sono também estejamos em atividade.

Estou estudando um pouco e refletindo muito sobre as escolhas e as renúncias, as conseqüências dos atos e dos caminhos seguidos, após sugestão do tema pelo Rubão, e com muito cuidado estarei compartilhando minha ótica durante a semana. Falar sobre ousadia, oportunidades e riscos, conservadorismo, é realmente muito difícil. Primeiro pela individualidade do ser humano, e depois pela forma como cada um lida com o sucesso e com o insucesso das suas decisões.

O que impulsiona ou retrai as pessoas, como a motivação?... que é uma porta que possui maçaneta somente pelo lado de dentro! O que nos faz melhores, ou piores? Por que aceitamos desafios? Quando é a hora de mudar?

Querendo contribuir com as reflexões mande um e-mail, fale sobre o que pensa e conte a sua história...

sexta-feira, 20 de março de 2009

Flores!


O cair de uma flor nem sempre significa o fim! Vai depender do que se quer, do que se entende e do que se espera. Pode ser renovação, natural, o término de um ciclo, o renascimento e a vida, a perpetuação. Pode ser a reação ou a resposta às infinitas intempéries, ou ainda o resultado de um descaso. Pode ser a luz ou a falta dela, o sol ou a chuva. Uma provação. Mas também pode ser o fim, ou o começo!

As flores não são eternas, são breves; se pouco cuidadas morrem, cedo, e frustram. Se plenas, nos detalhes, perpetuam-se; mesmo que sequem e caiam algum dia, dão lugar a outras, mais fortes e mais belas. Vivem em uma linha tênue entre o muito e o pouco, entre o calor e o frio, entre a vida e a morte. Alimentam-se dos nutrientes do ambiente onde estão inseridas e são fruto do cuidar. Brotam por si só, mas murcham à menor desatenção.

O amor é a flor, sempre nobre e belo, forte e frágil. Vive no fio da navalha, que corta e sangra. Derrama o vermelho intenso dos seus sentimentos, das suas alegrias e sofrimentos. Faz rir, mas também chorar. Morre, mas também frutifica!

terça-feira, 17 de março de 2009

A Fé e a Igreja!



Sou católico por formação, mas confesso que não tenho praticado muito. Não sou nenhum exemplo a ser seguido quando a referência é a religião, e cada vez que acompanho alguma nova manifestação das igrejas ou religiões em geral, meus sentimentos e minhas reflexões me afastam ainda mais dos ensinamentos de Deus, aos olhos dos homens.

Na minha avaliação os atuais posicionamentos de vários clérigos agridem os princípios da natureza e da evolução humana, pois intimidam violentamente as pessoas, com ameaças de punições divinas e condenações ao céu ou ao inferno. Remete-as aos primórdios da idade média, criando um terrorismo emocional, aproveitando que as fragilidades por questões como saúde, finanças ou relacionamentos, as expõem a momentos de fraquezas. Presa fácil!

De forma alguma quero desrespeitar as orientações ou os princípios da igreja, mas estamos em um momento onde se prega que encontrar a paz, somente nos braços divinos, estabilidade financeira, na base de muita oração e contribuições, e a cura de enfermidades, mediante a recusa de uma vida normal, com pedidos de perdão e a redenção dos pecados.

Para não perder a fé, tenho me dedicado à leitura, às orações e às reflexões. Tenho procurado extrair do Taoísmo e do Budismo, principalmente a sabedoria da convivência harmoniosa e do respeito à natureza e ao próximo. Do catolicismo, reflexões sobre a minha própria interpretação de algumas passagens da Bíblia. Do judaísmo a eficácia e o poder do arrependimento, e do Islamismo, na sua essência, a tolerância e a paz.

Dessa forma, quando o assunto é religião, tenho convivido bem comigo mesmo e rezado para que as relações de todas as pessoas frutifiquem. Tenho procurado ser solícito e altruísta, mesmo nesse mundo tumultuado, otimista com relação ao futuro e cético quanto aos nossos guias religiosos.

Mesmo sendo uma posição simplista, ainda acredito que a descoberta seja única e muito particular, e que tanto Deus quanto a igreja, encontram-se dentro de cada um!

quinta-feira, 12 de março de 2009

Plasticidade


Ao longo da história, os seres humanos têm sido colocados à prova e exigidos em diversos aspectos, como força física, vontade e determinação, inteligência e agora plasticidade, como condições básicas para a própria sobrevivência.

Ter que encarar as feras, lutar contra os inimigos, matar ou morrer, querer e conquistar algo realmente significativo para si e para os próximos, sempre guiaram o desenvolvimento humano pelas centenas de anos de existência.

Hoje trazemos conosco, enraizado, todo esse passado que, agregado ao ambiente em que vivemos, de alguma forma contribui para a formação da nossa personalidade e nos guia nas nossas ações, pontos de vistas e sonhos. Como querer suprimir de um povo a característica da guerra, se desde os primórdios da sua existência sempre esteve inserido naquele contexto, indispensável para a sua própria sobrevivência? Como querer ocidentalizar pessoas que carregam aspectos culturais milenares? Como querer que alguém que sempre foi diferente, seja igual ao outro?

Dessa forma surgem os clãs, as tribos, os grupos e até as amizades, partindo de características semelhantes e interesses comuns. Os punks, os mauricinhos, os yuppies, a turma do bairro, os notáveis do Colarinho, os emos e tantos outros... Cada qual com as suas verdades, rivalidades, diversidades e crenças, manisfetadas para o bem ou para mal.

Nos semelhantes encontramos uma acolhida, um reflexo de nós mesmos, dos nossos anseios e de nossos sonhos. Mantemos-nos seguros em uma zona de conforto, sem termos que nos arriscar, nos defender ou atacar. Aquele que não participa dos mesmos princípios, das mesmas crenças e dos mesmos valores não pode pertencer ao meu mundo.

Assim, limitamos o nosso crescimento, por deixarmos de compartilhar histórias, culturas, pensamentos e sentimentos. Estimulamos os confrontos ao não sabermos lidar com os conflitos, sempre que queremos ser melhores que os outros. Não respeitamos a diversidade e os limites. Pregamos um mundo sem fronteiras, mas não nos libertamos dos nossos próprios preconceitos. Internalizamos a paz como uma solução contra as guerras e a dor e não pelo reconhecimento, pelo respeito e pela harmonia comum.

Brasileiros espancados na Inglaterra, pessoas torturadas, homossexuais assassinados, cidadãos excomungados, minorias exterminadas...

Nos dias atuais, falamos na importância da plasticidade ao ser humano, como capacidade e flexibilidade para a adaptação, que devemos ter para convivermos em um mundo global, com tantos desafios a serem enfrentados conjuntamente. Refletimos sobre a necessidade da boa convivência como fator fundamental para a nossa felicidade e sobrevivência, mas temos medo por nossos filhos e netos.

Achamos-nos plenamente capazes e indispensáveis, mas na maioria das vezes nos sentimos inúteis. Estamos tão perto e tão distantes, tão confiantes e em dúvida, tão seguros e perdidos. Estamos evoluídos e atrasados, plenos e vazios.

Manifestamos as nossas opiniões e os nossos desejos ao léu e aguardamos solitários e ansiosos que os bons ventos nos tragam boas notícias.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Política, Politicagem e Arte

A situação está complicada e “confiança” é uma palavra difícil de ser inserida no atual contexto, ainda mais se seguida da palavra “plena”. Todo mundo quer acreditar e apostar, todos gostam e precisam, mas ninguém quer dar o primeiro passo.

Nesse cenário, fazer cinema neste país não é fácil, ou melhor, escolher qualquer arte como profissão é um desafio. Falta de tudo..., principalmente apoio e investimentos. Nos últimos anos o cinema nacional tem se destacado nos festivais pelo mundo, com muito esforço e coragem. Pessoas ousadas que enfrentam as mais diversas dificuldades em prol do sonho, arriscam e fazem acontecer. O difícil para os brasileiros é pagar a conta!

Trago este assunto hoje, para refletirmos sobre essa grande produção cinematográfica nacional, que está em curso, sob a direção de Fábio Barreto - “Lula, o Filho do Brasil”, baseado na obra de Denise Paraná, que expõe um período da vida do atual presidente, 1945 a 1980, sob a ótica de sua mãe, Dona Lindu. O sofrimento de uma retirante em criar seus sete filhos.

Certamente o filme será belo, recheado de cenas fortes e emocionantes, como foi até então a vida de Lula. A miséria da infância, as dificuldades da criação, a superação e o sucesso (e agora a decadência?). Um clichê comum, como de tantos outros personagens do Brasil e do mundo.

O que está chamando a atenção particularmente nesta produção, que será lançada no início de 2010 são dois fatores: o grande orçamento, maior do país em produções deste tipo, custeado integralmente pela iniciativa privada, e o fato do lançamento do filme ocorrer justamente em um ano eleitoral. Pelo que li, tem muita gente feliz com a iniciativa, desde os produtores, os financiadores e o próprio presidente Lula, que aprovou o roteiro após conhecer algumas passagens, dizendo confiar plenamente nos cineastas.

16 milhões de reais é o valor inicialmente orçado e praticamente já captado junto à iniciativa privada. Empresas como Carmargo Corrêa, OAS e Odebrecht, do ramo da construção, GDF Suez e EBX, de energia, Oi, de telefonia, Ambev e Nestlé, de alimentos e Embraer, já confirmaram seus patrocínios. Nega-se veementemente que exista qualquer interesse dessas empresas em algum favorecimento do presidente. Trata-se simplesmente de uma oportunidade comercial e amor à arte.

Ao olharmos pelos financiadores, todos mantém uma interferência grande do governo em seus orçamentos, seja pela liberação de obras e investimentos, ou pelo controle das agências de regulação. Nos transparece um grande jogo, com players de peso.

Outro fato que chama a atenção é de que nenhuma das empresas fará uso das leis de incentivo vigentes, que as permitiriam abater os investimentos dos seus custos operacionais, economizando no pagamento de impostos. Fascinante! ... uma nova engenharia de financiamento, difícil de se entender, aos olhos de um cidadão comum.

Para se ter idéia, o filme que contou a vida dupla sertaneja Zezé de Camargo e Luciano captou 13,5 milhões, sendo que 40% deste valor foi compensado pelas empresas financiadoras com as leis de incentivo fiscal. Era o maior orçamento para o cinema nacional, até então.

O segundo ponto que incomoda é o fato do mesmo ser lançado em ano eleitoral. Cena perfeita nesta reta final de disputas eleitorais: libera-se cada vez mais incentivos aos “pobres” através dos diversos programas de governo, o que já vem ocorrendo, e insere-se um forte componente emocional. Combinação perfeita para quem quer perpetuar-se.

Vejo a cena de “Lula, o Filho do Brasil”, em exibição pública nas praças das cidadezinhas pobres, em empresas públicas e sendo distribuído como um souvenir, já que nos cinemas pagos, cuja grande maioria de espectadores não tem acesso, não deva ter muita aceitação. Ah.. e é claro, amplamente divulgado pela mídia...

Voltando à confiança, eu acredito plenamente no trabalho da família Barreto de cineastas, pelo histórico e sensibilidade, e pelas diversas produções realizadas, porém não compro essa idéia, a menos que me seja provado o contrário. Talvez nem tenham culpa disso tudo e nem queiram saber disso, mas eu não darei um primeiro passo a favor dessa iniciativa, e por hora prefiro contrariar, contrariado.

segunda-feira, 9 de março de 2009

A Harmonia na Diferença

Gosto muito da forma e dos textos que Danuza Leão produz. Acho uma escrita doce, sagaz, acolhedora e, sobretudo realista. Ela escreve sobre a vida cotidiana e sobre relacionamentos, temas sobre os quais também gosto de refletir e sempre que o faço fico com a impressão de que temos dado muito mais importância para coisas simples, básicas e pouco relevantes, e esquecido daquilo que é essencial. Esbanjamos-nos desesperadamente com as cascas e pouco sentimos o doce da polpa. Alimentamos o corpo e esquecemos da alma.

Trouxe um texto agradável, mas um pouco polêmico, para quebrar as deferências que fiz às mulheres nos últimos dias e mudar o foco das reflexões, apesar de admirar demais aquelas que nos tornam grandes. Estranho é constatar que mudar sempre gera um estresse, muitas vezes ruim, mas benéfico para aquelas pessoas que carregam uma inquietude no peito.

Quando nos propomos a fazer algo diferente, parece-me que as dificuldades criadas são tantas e os obstáculos se potencializam diante do novo, que nos falta energia a ponto de desistirmos, simplesmente por ser algo novo.

Um novo relacionamento, um novo trabalho, um novo desafio, uma nova idéia, trazem consigo uma teia emaranhada de complexos e complicações, advindos de nós mesmos e das pessoas próximas. A famosa dúvida, que se sobrepõe e sufoca a nossa capacidade de realização. Será que temos em nosso DNA um “freio de mão” que nos delimita a sermos pequenos?

Danuza estimula, nesta obra, a reflexão sobre uma pequena, mas importante, passagem nos relacionamentos, descrito agora, mas presente também há 50 anos e provavelmente projetado à frente. Um sentimento que se multiplica pelas gerações e se mantém vivo, imortalizado. Um exemplo dos fantasmas internalizados em nós próprios e que nos faz perguntar: vale a pena um novo? Neste caso em especial, um novo relacionamento...

A harmonia na diferença
Danuza Leão


Se eu morrer você vai casar de novo?” Só uma mulher é capaz de fazer esse tipo de pergunta, e a resposta tem que ter vários, mas vários “nãos”, misturados com milhões de beijos e seguidos da frase: “Ficou louca?”. Sinceramente: você já ouviu falar de algum homem que, mesmo de brincadeira, tenha feito alguma pergunta parecida com essa? É claro que não.

Ah, as mulheres... Elas querem provas de amor eterno o tempo todo, mesmo depois da morte. Passam a vida testando os pobres dos homens para saber se eles gostam mais delas ou da mãe, ou do barco, ou do carro novo, ou do Flamengo, ou – sutilmente – dos filhos.

Se ele não lembrou que hoje faz oito anos e 17 dias daquela tarde de chuva em Paris em que se abrigaram debaixo da marquise para se beijar – e não mandou flores, como homenagem à data –, é um sinal claro de que o amor (dele) acabou. Se num incêndio, no meio das labaredas, não lembrar que precisamente naquele dia, 15 anos atrás, falaram pela primeira vez em casamento, ela é capaz de se jogar da janela ou – pior – de amarrar uma bela tromba por dias seguidos. Isso se tiverem a sorte de escapar com vida, o que, no caso, talvez não seja o melhor negócio.

Ah, as mulheres... Se quando ela entrar no carro ouvir um CD que não tem nada a ver com a história de amor dos dois, é sinal de que alguma coisa não anda bem, e mais: a prova de que existe uma história rolando com outra.

Se for a fita de Caetano cantando em espanhol e ele cantarolar LA BARCA sabendo a letra todinha de cor, me diga: é ou não é prova evidente de traição?Já os homens são diferentes. No caso inverso, são capazes de dizer, numa boa: “Parece que você adivinhou, eu estava louco para comprar essa fita”. É possível ter uma relação com alguém de cuca tão fresca? Claro que não. Ah, esses homens...

Quando uma mulher vê o seu de gravata nova e caprichando na frente do espelho, já fica com a pulga atrás da orelha: “Aí tem”, é o mínimo que pensa. Já o homem, quando vê sua mulher lindona, de salto alto e corte de cabelo novo, convida logo para jantar fora, feliz de poder exibir a mulher, que, para ele, é a mais linda do mundo. Difícil a harmonia entre esses dois seres tão diferentes. Difícil, mas não impossível.

Ele bem que tenta, mas, se chega em casa com um ramalhete de flores, ela pensa: “Alguma andou aprontando”. Se propõe uma viagem, nunca ouve um sim logo de cara. As crianças vão entrar em provas, a casa precisa de uma reforma, talvez seja a hora de trocar de carro. E, quando concorda, começa a discussão sobre o roteiro. Atravessar Portugal e Espanha de carro, nem pensar. Tem que ir a Paris ver as modas, conhecer a ala nova do Louvre, contar que St. Germain não está com nada, que o único lugar onde se pode ficar agora é no Marais.

Ele às vezes pensa em como seria feliz se pudesse viajar com dois amigos só para dizer uma porção de bobagens, esticar o almoço às vezes até 5, 6 da tarde, exagerar no vinho apenas para se sentir bem livre, não ter que reservar um restaurante e chegar na hora marcada com a mulher do lado contando de todas as compras que fez. Mas e a coragem?

quinta-feira, 5 de março de 2009

Maravilhosas!


A coletânea que trago demonstra que em todosos tempos, as mulheres sempre foram amadas e idolatradas. Razão dos movimentos da história, das conquistas, das paixões, dos mais impetuosos sentimentos, de se viver!


“As mulheres vêem tudo ou não vêem nada, segundo as disposições da sua alma: a única luz delas é o amor.”
Honoré de Balzac

“Não gosto de lágrimas, ainda em olhos de mulheres, sejam ou não bonitas; são confissões de fraqueza, e eu nasci com tédio aos fracos. Ao cabo, as mulheres são menos fracas que os homens, ou mais pacientes, mais capazes de sofrer a dor e as adversidades...”
Machado de Assis

“Cem homens podem formar um acampamento, mas é preciso uma mulher para se fazer um lar.”
Provérbio Chinês

“Há uma luz nos olhos das mulheres que fala mais alto que as palavras.”
Sir Arthur Conan Doyle

“A mais tola das mulheres pode governar um homem inteligente.”
Rudyard Kipling

“As mulheres fazem habitualmente da confiança a primeira necessidade da amizade.”
Madame de Stael

“Nas mulheres tudo é coração, até a cabeça.”
Jean Paul

“As mulheres são esfinges, sem segredos.”
Oscar Wilde

“Mulheres são como a lua, com suas fases. Às vezes ficam escondidas, mas nunca perdem o seu brilho encantado.”
Desconhecido

“A amizade é o grande palavrão das mulheres, quer para permitir que o amor entre, quer para o pôr para fora da porta.”
Charles Saint-Beuve

“As mulheres que não são vaidosas na sua roupa de vestir são vaidosas de não serem vaidosas da sua roupa de vestir.”
Mark Twain

“A graça é um reflexo do amor sobre um fundo de pureza. A pureza é a própria mulher.”
Jules Michelet

“As mulheres constituem a metade mais bela do mundo.”
Jean Jacques Rousseau

quarta-feira, 4 de março de 2009

Nem com uma Flor!



"Em Mulher não se Bate Nem com Uma Flor"

Continuando minhas reflexões sobre as mulheres, um problema que aflige a nossa sociedade e que de forma alguma deve ser negligenciado é a violência contra a mulher. Por si só a violência não deve ser admitida em nenhuma hipótese, mas quando inserimos nesse contexto as crianças ou as mulheres como vítimas, o problema se amplifica, pela crueldade, pela covardia.

Para tocar neste assunto, pesquisei o portal da Patrícia Galvão, senadora, que em sua plataforma de trabalho mantém este tema bastante ativo. Também o portal “Violência Contra a Mulher” traz informações importantes: estatísticas, pesquisas e o acompanhamento de casos clássicos, como do assassino Pimenta Neves, que vitimou a sua namorada, também jornalista.

Em todo o mundo o combate à violência contra a mulher se constituiu em uma preocupação fundamental dos movimentos sociais, a começar pelo movimento de mulheres em meados da década de 1970.

Para marcar a importância do tema e mobilizar ações e a atenção da sociedade, são destacadas as seguintes datas relacionadas à violência contra mulheres e meninas:
  • 18 de Maio- Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes;
  • 06 de Junho – Dia da Adoção da Convenção de Belém do Pará – Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violênciqa Contra a Mulher (OEA, 1994);
  • 25 de Novembro – Dia Internacional da Violência Contra a Mulher
  • 06 de Dezembro – Dia do Massacre de Montreal (Canadá 1989)
  • 10 de Dezembro – Dia Internacional dos Direitos Humanos (celebrando a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ONU, 1948).

Outra data importante no contexto do nosso país é o dia 22 de Setembro de 1996, data em que foi sancionada pelo Presidente da República a Lei 11.340, conhecida como Lei Maria da Penha, que passou a punir com rigor os atos de agressão às mulheres. No dia seguinte à sanção da lei o primeiro agressor foi preso, no Rio de Janeiro, por tentar estrangular a ex-esposa. O site http://www.violenciamulher.org.br/, apresenta uma pesquisa recente sobre a percepção dos brasileiros com relação à lei Maria da Penha. Vale a pena conferir.

É fundamental entendermos o que é a violência contra a mulher: “é qualquer conduta – ação ou omissão – de discriminação, agressão ou coerção, ocasionado pelo simples fato de a vítima ser mulher, e cause dano, morte, constrangimento, limitação, sofrimento físico, sexual, moral psicológico, social, político ou econômico, ou perda patrimonial”.

Busquei mais informações localmente sobre o assunto e encontrei um número preocupante em notícias de jornal, onde em Curitiba e RMC, em média, são registrados 24 casos de agressão às mulheres, diariamente.

É um tema que deve estar presente no diálogo das pessoas que aqui estão para fazer a diferença ao provocar alguma mudança, ajudando a construir um mundo melhor.

Para finalizar, busquei uma frase de Maomé, que desejo compartilhar com todos: “A mulher foi feita da costela dos homens, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do braço para ser protegida e do lado do coração para ser amada.”.

segunda-feira, 2 de março de 2009

Essas Mulheres!


Nesta semana, as minhas reflexões estarão voltadas para elas: mães, esposas, companheiras, amantes e amigas; doces, plenas, delicadas, fortes e frágeis, aglutinadoras, lindas e adoráveis; começo e fim, céu e inferno, fortalezas, poesias.


Vou iniciar com um pouco de história, que busquei na internet.



História do Dia Internacional da Mulher


História do 8 de Março
No Dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho.

A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.

Porém, somente no ano de 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o "Dia Internacional da Mulher", em homenagem as mulheres que morreram na fábrica em 1857. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).


Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.


Conquistas das Mulheres Brasileiras
Podemos dizer que o dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.


Marcos das Conquistas das Mulheres na História
· 1788 - o político e filósofo francês Condorcet reivindica direitos de participação política, emprego e educação para as mulheres.
· 1840 - Lucrécia Mott luta pela igualdade de direitos para mulheres e negros dos Estados Unidos.
· 1859 - surge na Rússia, na cidade de São Petersburgo, um movimento de luta pelos direitos das mulheres.
· 1862 - durante as eleições municipais, as mulheres podem votar pela primeira vez na Suécia.
· 1865 - na Alemanha, Louise Otto, cria a Associação Geral das Mulheres Alemãs.
· 1866 - No Reino Unido, o economista John S. Mill escreve exigindo o direito de voto para as mulheres inglesas
· 1869 - é criada nos Estados Unidos a Associação Nacional para o Sufrágio das Mulheres
· 1870 - Na França, as mulheres passam a ter acesso aos cursos de Medicina.
· 1874 - criada no Japão a primeira escola normal para moças
· 1878 - criada na Rússia uma Universidade Feminina
· 1901 - o deputado francês René Viviani defende o direito de voto das mulheres

Viva o Carnaval em Curitiba!

Ainda falando sobre carnaval e deixando o tamborim de lado, Curitiba tem se especializado em carnaval, mas não naquele de batucada e samba, de desfiles e bundas, mas sim em uma programação alternativa, proporcionando àqueles que não gostam de agito de litoral, ou de festas de salão, várias opções de lazer e de programas excelentes.

Vou me dar ao risco de associar Curitiba, na sua aspiração à metrópole, à São Paulo, onde em feriados de quaisquer natureza, os apaixonados pela cidade ficam e podem aproveitar as diversas opções culturais e de lazer que a cidade oferece. Teatros, bares, exposições, cinema, tudo mais em conta e com pouca fila, seja de engarrafamento de veículos ou de gente mesmo. Por falar nisto, êta povo para gostar tanto de fila como o curitibano!

Aqui não tem sido diferente, um circuito de rock invade os bares de Curitiba, com música de excelente qualidade, inclusive com bandas internacionais. Estive no Jockers na sexta-feira de carnaval e pude pessoalmente comprovar. Muito som e gente esquisita, inclusive eu e a pessoa que estava comigo..., muito bom! Na terça-feira fui ao Colarinho, um show instrumental de chorinho e música popular brasileira, com uma releitura de acordes e harmonia. Fui ao parque Barigui e não precisei disputar espaço com ciclistas na pista de caminhada, fui a restaurantes e não tive que aguardar, apesar de todos os ambientes que freqüentei estarem cheios.

Percebo que nas grandes cidades, uma boa parte da população tem preferido fugir da confusão de trânsito, de filas, de incômodos gratuitos e aborrecimentos desnecessários. Simplesmente querem curtir aquilo que lhes é importante e saudável, aquilo que lhes traz significados. No Ceará, durante o carnaval, ocorre há anos um grande festival de jazz em Guaramiranga, cidade próxima a Fortaleza; um evento repleto de grandes nomes da música e disputado por moradores daquele estado e de vários outros também. Esses exemplos de “refúgios” mostram que o importante é respeitarmos as preferências e individualidades, para convivermos na diversidade. Demonstra sensibilidade, maturidade e que estamos evoluindo.

O importante é que as pessoas possam fazer as suas escolhas, e encontrem a sua felicidade, cientes de que para tudo na vida existem ganhos e perdas.