segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Sensível

suave não é a minha voz

tampouco meu destino

meus poucos méritos

ou minha ambição

não é meu toque

nem o meu beijo

meu sorriso

ou meus desejos

suave é o tom

ou o dom

o som

da minha na tua ausência

domingo, 30 de junho de 2013

Vida


morro

a todo instante

todos  os momentos

a espiar a vida dos outros

enquanto

deixo gargalhadas e histórias

a serem espiadas

por você

enquanto morre

terça-feira, 19 de março de 2013

Amor

por mais distante que estejas
não obstante a tua beleza
és flor que não se prende
és solta na natureza
és mulher de se admirar

mulher de tanta beleza
de simplicidade e clareza
ao longe a te observar
nada mais a desejar
que o simples doce do amar

amor eterno e intenso
tal qual o meu sentimento
mais forte denso em lamento
que eleva o meu sofrimento
e me remete a pensar

que sem o teu beijo leve
sem teu abraço que me aquece
meu coração adoece
e cada vez que ficas longe
a saudade me entristece

e de saudade hei de morrer
 pois sofrer não é viver
lembrança não alimenta
nada mais é que tormenta
a emergir da solidão

por mais que todo tempo passe
se um dia a gente se afaste
diante desta paixão
nunca mais haverá amor
que acalme este meu coração

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Sufoco



deixo
que a tristeza me invada
por um eterno segundo
pois segundo nós
não são os nós dos sapatos
mas sim os do coração
que insistem em nos sufocar
a estrangular o amor
que a nós
aniquila

domingo, 23 de dezembro de 2012

Deslizes



Faço de minhas palavras um emaranhado de nada, para que cada um saiba o quanto vale um lampejo de fatalidades. Toco na sanfona da minha vida um blá blá blá de descontinuidades, até porque desconexas são as mal dadas percepções, do fado doido ao realejo reluzente das estrelas...
Ainda hoje refleti sobre as minhas fragilidades, como se farto fosse o meu repertório de ilusões. Pus na gaveta das entrelinhas, um fardo imenso de arbitrariedades, para que se possam compor melodias de salão, a iluminar as fantasias dos desavessos.

Ainda que se julgue os mau tratos dos desamparados, há que se plugar no nervosismo  dos desocupados, pois da natureza vazia do nada brotam os miúdos floreios dos jardins abandonados. Assim navega a notoriedade, sem tanto ofuscar aquilo que mal se compreende.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Saudade



...tem gente
que nunca deveria desgrudar da gente
e feito chiclete, superbonder, ou algo colante
estar presente a todo instante
no corpo, na mente e na alma
é essa gente que me acalma
que me deixa sempre feliz
e é o que eu quero
e o que eu sempre quis...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Cadê?



deixo às estrelas a minha solidão
decadentes meteoros
restos de mobílias abandonadas
em rimas e casas velhas

deixo o tiro que me mata ao acaso
á loucura pacata
solfejos calados na escuridão
em murmúrios fanicos

deixo gotas de graça às almas boas
aos quatro cantos que me encantam
redondezas e abismos profundos
em síncopes humanas

Cadê?